arena pantanal (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2014 às 07h48.
O projeto da Arena Pantanal foi pensado de forma a "dialogar" com seu entorno, segundo explica o arquiteto Sérgio Coelho, e com o intuito de permitir que o estádio fosse ecologicamente sustentável. Essas iniciativas poderão ser vistas a partir desta quarta-feira, quando o local receberá sua primeira partida oficial, entre Mixto e Santos, pela Copa do Brasil. "O próprio desenho do estádio, que tem uma expressão diferente, assim como a Arena Corinthians, reflete a intenção que temos com a sustentabilidade", explica Sérgio, um dos sócios da GCP Arquitetos.
Santista de coração, ele fez questão de ir para Cuiabá para assistir à primeira partida na Arena Pantanal. Sabe que sempre há uma dificuldade de se colocar um projeto audacioso em prática, mas fica feliz ao ver o resultado ao vivo. "Eu já vi que a ventilação cruzada funciona", explica citando as aberturas que o campo possui em suas quatro quinas, que permitem que o vento entre e refresque o interior da arena. "A membrana de PVC perfurada dá personalidade ao estádio", continua, sobre a ideia de deixar os cantos com grade vazada, também para facilitar a entrada da brisa.
Para causar menos danos ao ambiente, o projeto do estádio buscou soluções ecoeficientes que incluem o reaproveitamento de resíduos e entulhos do antigo Verdão, o uso de madeiras certificadas, o melhor aproveitamento da luminosidade natural, a fim de melhorar a eficiência energética, o reuso de água e captação de chuva para reaproveitamento da água, o uso de energia solar, entre outras coisas. Tudo isso possibilitou a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um sistema internacional que verifica e atesta a qualidade ambiental de um empreendimento. "Nós estamos nesse processo e a operação do estádio é fundamental para isso", afirma Coelho.
Um charme da Arena Pantanal é a criação de microclimas no interior do estádio, com o plantio de mudas que vão gerar sombra quando crescerem. "Já estamos com palmeiras imperiais de um tamanho razoável. Pedimos para plantarem espécies maduras, mas temos consciência de que as plantas vão levar um tempo para crescer, não só na altura, mas também no tamanho do caule", diz Coelho. Do lado de fora, está sendo preparado um parque de 300 mil metros quadrados, com mais árvores, dois restaurantes e uma choperia. Haverá ainda uma marquise e um lago artificial, que ainda não foi enchido.