Aquecimento global (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2015 às 12h24.
O aquecimento global vivido atualmente pela Terra, causado "muito provavelmente" pela ação humana, é responsável por algumas manifestações de clima extremo, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista britânica Nature.
A pesquisa, desenvolvida por cientistas do Instituto de Ciências Atmosféricas e Climáticas da universidade ETH Zurique, sustenta que 75% de altas temperaturas extremas registradas no mundo todo são consequência do aquecimento global.
A mudança climática, que os autores do estudo, Erich Fischer e Desafio Knutti, consideram que é provocada "muito provavelmente" pelo homem, é também responsável por cerca de 18% das precipitações de chuva extremas que ocorrem no planeta.
"A mudança climática se refere não só às mudanças no clima médio, mas também no tempo extremo. Ele demonstrou que existe contribuição humana na ocorrência de poucas ondas de calor proeminentes e fortes precipitações", diz o texto.
As porcentagens citadas, afirmam os especialistas no documento, aumentam com a alta das temperaturas.
A experimentação com modelos climáticos demonstra que se as temperaturas aumentassem dois graus centígrados com relação aos "níveis pré-industriais", por volta de 40% das precipitações de chuva extremas seria consequência da "influência humana".
Fischer e Knutti recorreram ao uso de "dois parâmetros métricos" para determinar o grau de incidência humana nas variações de precipitações e temperaturas provocadas pela mudança climática.
A essas equações são aplicados os dados recopilados diariamente de 25 modelos climáticos que consideraram simulações históricas do período 1901-2005 e das projeções para 2006-2100 em um cenário de "altas emissões".
A partir desses experimentos, os pesquisadores sugerem que os eventos climáticos mais "incomuns e extremos" estarão "provavelmente muito mais sujeitos" à influência "das emissões de gases do efeito estufa".
Fischer e Knutti lembram que a adoção de uma perspectiva global permite chegar a estimativas mais precisas sobre o efeito do aquecimento nos eventos extremos, frente aos estudos que se centram em eventos individuais, nos quais os modelos geram uma "maior incerteza".