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Aquecimento climático marca primeira década do século XXI

Genebra - A primeira década do século XXI foi marcada por uma aceleração do aquecimento global e pela multiplicação das condições climáticas extremas, que deixaram...

Solo (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Genebra - A primeira década do século XXI foi marcada por uma aceleração do aquecimento global e pela multiplicação das condições climáticas extremas, que deixaram um total de 370.000 mortos, aponta um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A agência da ONU informa que o número de vítimas das ondas de calor (Europa 2003 e Rússia 2010), furacões (Katrina nos Estados Unidos) e ciclones (Nargis em Mianmar) aumentou 20% em relação à década anterior (1991-2000).

"À exceção de 2008, cada um dos anos da década 2001-2010 aparece entre os dez mais quentes já registrados, o recorde foi em 2010", afirma o relatório. Os dados disponíveis começam em 1881. Segundo a organização, as inundações foram os eventos extremos sofridos com mais frequência na década, e 2010 foi o ano mais chuvoso dos registrados em escala global desde que estes parâmetros começaram a ser medidos.

Contudo "a primavera fria registrada na Europa (em 2013) não está em contradição com o aquecimento, mas é, sem dúvida, uma manifestação a mais deste aquecimento, porque é consequência das geleiras da Antártida", disse Michel Jarraud, secretário-geral da OMM.

Com o aquecimento mais sensível em regiões nórdicas, a diferença de suas temperaturas para as das regiões equatorianas foi reduzida, indicou. Isso modifica a circulação atmosférica e pode gerar temperaturas mais frias em algumas regiões, mesmo sem um consenso entre os cientistas sobre esta questão, declarou Jarraud.

Segundo ele, as temperaturas mais frias na Europa e na América do Norte são acompanhadas de temperaturas mais elevadas do que no restante do planeta. "O clima ficou consideravelmente mais aquecido entre 1917 e 2010 e o ritmo em dez anos de aumento das temperaturas sobre os períodos 1991-2000 e 2001-2010 não tem precedentes", afirmou Michel Jarraud.

"As concentrações crescentes de gases de efeito estufa, que retêm o calor, estão transformando nosso clima, com as mudanças que isso implica para o meio ambiente e os oceanos", disse. A previsão é de que "as ondas de calor serão mais frequentes e intensas sob o efeito das mudanças climáticas, e devemos nos preparar para isso", afirmou o chefe da OMM.

As ondas de calor desta década foram particularmente mortais, com 136.000 mortes. A temperatura média na superfície terrestre e dos oceanos para a década é estimada em 14,47°C, uma diferença de +0,47°C em relação à normal calculada para o período 1961-1990. O ritmo de aumento da temperatura é de 0,21°C por década.

Além das inundações, a seca também causou fortes impactos, atingindo mais pessoas do que as outras catástrofes, porque afeta regiões mais extensas e dura mais tempo. O ciclone Nargis que atingiu Mianmar em maio de 2008 foi o mais mortal da década. Mais de 138.000 pessoas morreram ou desapareceram

Com o derretimento das geleiras, o nível médio do mar subiu a uma taxa de 3 mm por ano durante a primeira década do século XXI, que é o dobro do registrado, em média, em todo o século XX (1,6 milímetros por ano). O nível do mar está 20 cm mais alto em relação ao nível de 1880. A previsão para este século de um aumento entre 19 e 58 centímetros agora precisa ser reavaliada, segundo o meteorologista. Os especialistas continuam a trabalhar para saber se é possível culpar o aquecimento global pelas catástrofes. Eles ainda não têm uma resposta clara, observa a OMM.

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