O próprio Steve Jobs, presidente-executivo da Apple, contatou o site que publicou as imagens para tentar reaver o aparelho perdido por um engenheiro. (.)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2013 às 19h10.
San Francisco - Temendo perdas "enormes" depois que fotos da quarta geração do iPhone vazaram para a mídia, a Apple convenceu a polícia a lançar uma investigação criminal e o próprio presidente-executivo da companhia, Steve Jobs, contatou o site que publicou as imagens para tentar reaver o aparelho.
Um tribunal da Califórnia emitiu um mandado de busca na sexta-feira no caso do protótipo 4G do iPhone, que foi perdido ou roubado, e que acabou indo parar nas mãos do popular site de aparelhos eletrônicos Gizmodo.
A Apple lançou uma nova versão do iPhone nos últimos três anos e especialistas do mercado acreditam que a companhia estava se preparando para lançar um modelo atualizado do aparelho este ano.
A história do iPhone perdido que pertenceu a um engenheiro da Apple tem chamado a atenção do Vale do Silício desde que a notícia sobre o desaparecimento, e o aparecimento no Gizmodo, do aparelho surgiu no mês passado. A perda do aparelho aparentemente causou preocupação entre executivos da Apple, segundo relatório do detetive Matthew Broad, da delegacia do condado de San Mateo.
Um advogado contratado pela Apple considera o protótipo desaparecido como tendo valor "inestimável" e disse que a publicação de detalhes sobre o produto é "extremamente prejudicial" às vendas futuras da fabricante, de acordo com mandato de busca concedido na Califórnia na sexta-feira.
Segundo o documento, a perda do protótipo, que pertencia a Robert Gray Powell, no final de março levou executivos da empresa a se reunirem com a polícia. O mandato de busca foi redigido pelo detetive Broad, que faz parte do esquadrão que investiga crimes relacionados a tecnologia.
"Riley afirmou que a divulgação do aparelho e de detalhes dele é extremamente prejudicial à Apple", escreveu Broad no documento, referindo-se ao advogado externo da Apple, George Riley, do escritório O'Melveny and Myers.
Outros executivos presentes na reunião de 20 de abril incluem o diretor de segurança de informaão da Apple, Rick Orloff, e o advogado-geral da companhia, Bruce Sewell.
De acordo com o mandato de Broad, Riley afirmou que consumidores da Apple adiariam a compra de novos produtos até o lançamento do iPhone 4G, "o que prejudica as vendas totais e afeta o lucro da Apple negativamente".
"Riley afirmou que não pode, no momento, informar uma estimativa do prejuízo, mas disse que acredta ser 'gigantesco'", disse Broad.
Não foi possível contatar representantes da Apple para comentar o caso.
Cerveja e traição
O incidente começou quando o engenheiro Powell, da Apple, perdeu o aparelho enquanto estava em um restaurante alemão em Redwood City. O celular foi depois encontrado ou roubado por Brian Hogan, segundo o mandado de busca.
Mas a colega de quarto de Hogan, preocupada que o iPhone poderia ser vinculado a ela depois que ele conectou o aparelho no computador dela, alertou a Apple que Hogan vendeu o celular para o Gizmodo por 8.500 dólares.
As fotos e os detalhes do novo modelo, que foi desmontado para revelar seu funcionamento, apareceram em seguida no site.
O aparelho, segundo o Gizmodo, tem uma série de melhorias em relação à versão atual do iPhone, incluindo vídeo.
Ao saber da divulgação dos detalhes do aparelho, Jobs contatou o editor do Gizmodo, Brian Lam, que respondeu em email que o aparelho seria devolvido se a Apple reconhecesse que o celular é realmente um protótipo do iPhone, segundo o relatório do detetive Broad.
Lam deu à Apple o endereço de Jason Chen, funcionário do site, para a devolução do aparelho. A polícia em seguida confiscou 22 itens, incluindo um iPhone, um iPad, 3 Macbooks e outros dispositivos que estavam na casa de Chen.
O promotor do distrito de San Mateo, Chris Feasel, afirmou à Reuters que nenhuma acusação foi feita, mas que a investigação continua. "Estamos trabalhando com o advogado de Chen para investigar os computadores", disse ele.