Criança joga no celular: a empresa mudará práticas de cobrança de modo a garantir o consentimento expresso e informado dos consumidores, antes de faturar a compra de aplicativos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 16h32.
Washington - A Apple gastará pelo menos US$ 32,5 milhões em reembolso aos pais que reclamaram ao receber a fatura de aplicativos comprados por seus filhos sem autorização deles, informou nesta quarta-feira o governo americano.
Um acordo entre a Apple e a Comissão Federal de Comércio (FTC), a empresa também mudará suas práticas de cobrança de modo a garantir o consentimento expresso e informado dos consumidores, antes de faturar a compra de aplicativos.
"Este acordo é uma vitória para os consumidores prejudicados pelas faturas injustas da Apple, e dá um sinal aos empresários: seja no mundo cibernético ou no shopping, as proteções fundamentais aos consumidores se aplicam", declarou a presidente da FTC, Edith Ramírez.
"Não se pode cobrar os consumidores por compras que eles não autorizaram", acrescentou.
A denúncia da FTC alegou que Apple violou a lei quando não informou aos pais que, ao usar uma senha, aprovavam a compra de um "app", assim como os 15 minutos de compras adicionais ilimitadas que seus filhos e filhas podiam fazer sem outra intervenção dos adultos.
A Apple oferece muitos jogos e vídeos para crianças em sua loja virtual, a App Store que permite que os usuários comprem aplicativos e também gastem dentro de deles em troca de artigos ou moedas virtuais utilizadas em alguns jogos.
E elas podem custar de US$ 0,99 até US$ 99,99.
Segundo a FTC, a Apple recebeu dezenas de milhares de queixas por compras de apps não autorizadas feitas por crianças.
"Uma consumidora se queixou que sua filha tinha gasto US$ 2,6 mil no aplicativo "Tap Pet Hotel", e outros consumidores perceberam na fatura a cobrança de compras não autorizadas, feitas pelas crianças, de mais de US$ 500 nos aplicativos "Dragon Story" e "Tiny Zoo Friends"", indicou a comissão.