Apple: companhia quer evitar se tornar vítima de guerra comercial (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 26 de novembro de 2020 às 08h28.
A Apple pode estar prestes a deixar de fabricar seus iPads e MacBooks na China como uma resposta à guerra comercial entre o país asiático e os Estados Unidos, que tem sido aquecida nos últimos anos com o governo do republicano Donald Trump. A informação é da agência de notícias Reuters e indica que o próximo destino das fábricas dos dispositivos da Apple pode ser o Vietnã. Se o fato se concretizar, esta será a primeira vez que um iPad será produzido fora do território chinês.
O pedido da mudança de parte da fabricação dos produtos foi feito à gigante Foxconn, maior fabricante de componentes eletrônicos no mundo. Uma fonte especializada no assunto disse à Reuters que a Apple quer “diversificar sua cadeia de suprimentos”.
A Foxconn está construindo linhas de produção para o iPad e o MacBook em sua planta no Vietnã e deve ficar pronta já na primeira metade de 2021, segundo a Reuters, que não identificou quais modelos dos dispositivos não serão mais fabricados na China e qual é a porcentagem exata dos produtos que deixarão de ser fabricados no país. Cerca de 270 milhões de dólares estão sendo investidos pela companhia taiwanesa para a extensão fabril.
Essa não é a primeira mudança da Apple em termos de produção para evitar os efeitos da guerra. No começo deste ano, a produção de unidades dos fones de ouvido AirPod Pro foram transferidas para o Vietnã. Alguns modelos do iPhone também começaram a ser produzidos na Índia durante um curto período de tempo.
A decisão da Apple é um movimento claro para evitar ficar no centro de forças geopolíticas. Apesar de ter conseguido evitar algumas das tarifas impostas à China pelos Estados Unidos, a companhia liderada por Tim Cook parece estar preferindo evitar qualquer tipo de dependência chinesa para se tornar “menos vulnerável” a futuras decisões de ambos os países.
À Reuters, a Foxconn afirmou que “não comenta nenhum aspecto de nosso trabalho para nenhum cliente ou produtos” como “política da companhia” e por “razões de sensibilidade comercial”.
Parece, então, que a maçã americana não caiu longe da árvore --- e quer se distanciar ao máximo da China para não acabar se tornando vítima.