Apple Pay:
Repórter
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 16h52.
Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 17h22.
Lançado em 2014, o Apple Pay foi apresentado pela Apple como uma revolução nos pagamentos móveis, prometendo “mudar a forma como você paga”.
A tecnologia permitia, com um simples toque, realizar transações por meio de um chip NFC, eliminando a necessidade de carregar cartões físicos.
Dez anos depois, o serviço está presente em praticamente todos os lugares, de supermercados a transportes públicos, além de estar integrado a uma ampla gama de dispositivos Apple, como iPhones, Apple Watches e computadores.
Atualmente, o Apple Pay é a carteira digital mais popular, com 92% de participação de mercado. No Brasil, os dados mostram que é a principal carteira de aproximação usada e aproveita de um segmento que opta pelo NFC com primeiro opção de uso.
No total, 60% dos usuários afirmam usar essa opção "sempre" ou "quase sempre", sendo que 87% deles preferem devido à praticidade.
No entanto, o sucesso não veio sem controvérsias, principalmente pela forma como a Apple controla o ecossistema de pagamentos.
Enquanto concorrentes como o Google lutaram para encontrar o caminho certo no mercado de pagamentos móveis – alternando entre nomes como Google Wallet, Google Pay e Android Pay –, a Apple seguiu aprimorando seu serviço de forma contínua.
A empresa expandiu o sistema para incluir, principalmente no mercado dos Estados Unidos, o Apple Cash, o Apple Card e o Apple Pay Later, mas essas iniciativas tiveram resultados variados.
O Departamento de Justiça dos EUA afirmou que a Apple impede a concorrência ao bloquear o acesso de desenvolvedores a recursos de pagamento por aproximação .
A empresa defende que as restrições são necessárias para garantir segurança e privacidade, mas críticos afirmam que elas visam proteger as taxas de transação que a Apple cobra dos desenvolvedores.
Com a chegada do iOS 18.1, a Apple anunciou uma mudança significativa: desenvolvedores de terceiros poderão finalmente habilitar transações por aproximação em seus próprios aplicativos.
Isso também permitirá que os usuários configurem apps alternativos como padrão para pagamentos por aproximação, alterando o que acontece quando se clica duas vezes no botão de energia do iPhone. Essa abertura pode transformar o uso do NFC em um leque ainda maior de funções , permitindo que bancos e empresas de fintech integrem diretamente suas soluções de pagamento.
Ainda assim, existe a preocupação de que a diversificação excessiva leve a uma fragmentação do sistema, complicando a vida dos usuários. Ao invés de um único lugar centralizado para todos os cartões e pagamentos, como o Apple Wallet, os consumidores podem acabar precisando gerenciar múltiplos apps, cada um com suas próprias funcionalidades e interfaces.
Com a pressão regulatória aumentando, o Apple Pay se torna um verdadeiro teste para o futuro da Apple: será que o controle rígido era apenas uma forma de garantir uma experiência de usuário perfeita ou uma tática para dificultar a saída do ecossistema da empresa?