Modelos branco e preto do iPhone 5 (Justin Sullivan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2012 às 10h09.
Londres/Paris - O Apple iPhone 5, lançado com grande alarde nos Estados Unidos na quarta-feira, não vai funcionar com as redes de telefonia móvel de altíssima velocidade de boa parte da Europa, o que pode confundir os consumidores e retardar o desenvolvimento dos serviços 4G na região.
O problema está na faixa do espectro - as frequências de rádio empregadas para transmitir os sinais de telefonia - utilizada na Europa.
O iPhone 5 não é compatível com serviços 4G nas faixas de 800 MHz e 2,6 GHz usadas em boa parte da Europa Ocidental, incluindo Espanha, França e Itália. Funciona, em lugar disso, na faixa de 1,8 GHz, que continua a ser usada para a telefonia de voz pela maior parte das operadoras europeias de telefonia móvel.
A Apple produzirá três modelos do iPhone: um otimizado para a rede da operadora norte-americana AT&T e suas frequências, outro para as especificações da Sprint e Verizon nos EUA, e um terceiro para o restante do mundo, incluindo duas operadoras europeias.
Apenas a Deutsche Telekom, na Alemanha, e a Everything Everywhere, no Reino Unido, poderão oferecer o acesso mais rápido aos usuários do iPhone 5, em seus mercados, porque são as operadoras que detêm as frequências certas.
A Apple pode, posteriormente, lançar novos modelos compatíveis com as necessidades de mais operadoras europeias, mas por enquanto algumas destas ficarão prejudicadas.
A Vodafone e a O2, da Telefónica, ficarão em desvantagem no Reino Unido e na Alemanha, dois dos maiores mercados europeus de telefonia móvel, porque o iPhone 5 não funcionará com suas redes 4G.
"Os executivos de telecomunicações na Europa sonhavam que o iPhone viesse a representar um acelerador para demanda de 4G em seus mercados", disse Thomas Wehmeier, analista da Informa. "O sonho desapareceu, porque a Apple fez das especificações de rede norte-americanas e asiáticas sua prioridade e deixou a Europa na mão." A instalação de redes 4G na Europa está defasada com relação aos EUA e à Ásia, ainda que as operadoras europeias devam investir 15,25 bilhões de dólares nos próximos três anos a fim de atualizar sua infraestrutura para o padrão de velocidade 4G, de acordo com a Rethink Technology Research.