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Apple antecipa remessas de iPhones para evitar impacto de tarifas de Trump

Em meio à incerteza dos impostos sobre a China, a Apple registrou um crescimento de 10% nas remessas de iPhones no primeiro trimestre de 2025, com 57,9 milhões de unidades enviadas, segundo o IDC

Apple; iPhone (Shubhashish5/Getty Images)

Apple; iPhone (Shubhashish5/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 14 de abril de 2025 às 13h00.

A Apple (AAPL) teve um aumento de 10% nas remessas de iPhones entre janeiro e março de 2025, totalizando 57,9 milhões de unidades — um aumento expressivo quando comparado aos 52,6 milhões de unidades enviadas no mesmo período de 2024.

O crescimento, no entanto, não reflete uma demanda excepcionalmente maior pelos dispositivos da marca criada por Steve Jobs, mas sim uma estratégia de estoque antecipado para evitar os impactos dos impostos sobre produtos importados da China, de acordo com dados da IDC, especialista em monitoramento de mercado.

O aumento nas remessas ocorreu devido a uma antecipação nas entregas, com a Apple e outros gigantes da tecnologia abastecendo seus estoques nos Estados Unidos para mitigar o impacto das tarifas planejadas pela administração Trump.

Os impostos, que poderiam aumentar os custos de importação de produtos eletrônicos da China, levaram a empresa a acelerar as remessas para evitar aumentos de preços para os consumidores.

A IDC destaca que, apesar do crescimento nas remessas, o aumento não foi impulsionado pela demanda real do consumidor. Pelo contrário, foi uma resposta logística a uma potencial elevação nos custos devido às tarifas.

Dessa forma, as remessas do primeiro trimestre ultrapassaram as expectativas de envio baseadas na demanda de mercado, distorcendo um pouco a análise de consumo real.

Além dos Estados Unidos, outros mercados também tiveram crescimento nas remessas, enquanto a China apresentou uma desaceleração.

A principal razão para isso foi a exclusão dos modelos Pro do iPhone de um programa de subvenção governamental chinês, o que prejudicou as vendas no país. Apesar dessa queda, a Apple anunciará seus números de vendas reais no próximo dia 1º de maio, quando divulgará os resultados financeiros do segundo trimestre.

Para mitigar os efeitos das tarifas, a Apple também tem adotado medidas de diversificação da produção. A Índia passou a ser um polo de fabricação, com 20% de todos os iPhones vendidos nos Estados Unidos agora sendo produzidos localmente. Recentemente, a EXAME revelou que a Apple estuda ampliar a montagem de iPhones no Brasil.

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