. (Leah Millis/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 5 de junho de 2018 às 11h01.
Mark Zuckerberg já passou por situações difíceis em sua vida, mas, certamente, este tem sido um dos anos mais complicados para a vitalidade de seu Facebook. Lançado em 2004 com o intuito de julgar e comparar estudantes mulheres de Harvard, a rede social nem bem debutou e já vê a sua popularidade sofrer profundos arranhões.
Depois de explodir a bomba da parceria com a Cambridge Analytica que vazou incontáveis dados de milhões de usuários para favorecer Donald Trump em sua candidatura, é a vez da plataforma ocupar, mais uma vez, as manchetes. Noticiada nesta segunda-feira (04) pelo New York Times, a nova crise abrange outros campos e demonstra escusas parcerias do grupo de Zuckerberg com empresas de tecnologia.
De acordo com o tabloide, a empresa teria feito na última década acordos de compartilhamentos de informações confidenciais com mais de 60 fabricantes de smartphones e dispositivos móveis. Entre os envolvidos, estão conhecidas marcas como Apple, Amazon, Samsung, Microsoft e Blackberry.
Pensada para expandir o alcance da plataforma no mobile, a estratégia consistia em compartilhar informações de usuários, mesmo que eles não concordassem em divulgá-las, com as empresas para que elas impulsionassem o uso dos aplicativos de Zuckerberg em seus aparelhos.
Com vigência há muitos anos, alguns acordos foram rompidos após o vazamento do caso Cambridge Analytica, mas os principais contratos continuam na ativa. Perguntado sobre a política pelo jornal, Ime Archibong, vice-presidente do Facebook, diz que “essas parcerias funcionam de maneira muito diferente da maneira como os desenvolvedores de aplicativos usam nossa plataforma".
Porém, Serge Egelman, pesquisador de privacidade da Universidade da Califórnia, em Berkeley, defende outra versão e aponta que “você pode pensar que o Facebook ou o fabricante do dispositivo é confiável. Mas o problema é que a medida que mais e mais dados são coletados no dispositivo - e se ele pode ser acessado por aplicativos no dispositivo - isso cria sérios riscos de privacidade e segurança”.
*Este conteúdo foi originalmente publicado no AdNews