Televisão: sinais analógicos foram substituídos por uma cartela informativa, que permanecerá por algumas semanas (Notorius91/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2017 às 10h37.
Última atualização em 30 de março de 2017 às 13h03.
O sinal da TV analógica foi desligado nesta quarta, 29 de março, na região metropolitana de São Paulo. É a mesma região que primeiro recebeu as transmissões digitais, no final de 2007, e a mais populosa área a ser desligada de uma só vez.
Ao longo do dia, houve dúvidas sobre a possibilidade de um eventual recursos judicial contra o desligamento, o que acabou não acontecendo, e sobre o impacto da briga entre algumas emissoras de TV aberta congregadas na joint-venture Simba contra as operadoras de TV por assinatura.
Ao final do dia, todas as emissoras, incluindo as três, fizeram longas reportagens sobre o fim das transmissões e o desligamento acabou acontecendo como esperado.
Alguns episódios foram no mínimo curiosos, como Celso Russomano, da Record, defendendo que os clientes da Net e da Sky pedissem descontos de 20%, proporcionais à audiência que alegam ter entre os assinantes de TV paga. Luciana Gimenez, da Rede TV, também dedicou um programa inteiro ao tema.
Mas no final do dia, o desligamento aconteceu, os canais abertos ligados ao Simba saíram da TV paga (exceto da Vivo, onde as negociações avançaram) e os sinais analógicos foram substituídos por uma cartela informativa, que permanecerá por algumas semanas.
A grande expectativa agora é sobre o volume de pessoas beneficiárias do Bolsa Família e de programas do Cadastro Único que não retiraram os kits de conversão gratuitos distribuídos pela Seja Digital (Entidade Administradora da Digitalização).
A expectativa é que nos próximos dias sejam distribuídos um volume recorde de kits, na casa de 200 mil na primeira semana e um pouco menos na seguinte.
Mas todo o processo não deve levar de duas ou três semanas, pela experiência de Brasília. Ainda que percentualmente São Paulo mostre-se bastante preparada para a digitalização (com quase 90% dos beneficiários do Cadastro Único já aptos para receber o sinal digital), o número absoluto de pessoas é um fator de preocupação.
As pesquisas mostram, por outro lado, que apenas 5% da população ficariam sem ter como assistir TV a partir do desligamento. Fato é que para a Seja Digital foi mais problemático lidar com a confusão gerada pela comunicação do Simba sobre o desligamento aos assinantes de TV paga, e por parte das próprias operadoras de TV paga, que remeteram seus assinantes ao site da Seja Digital, do que pela demanda das pessoas elegíveis a receber os kits na última hora.
Grandes varejistas também apostaram em um aumento de demanda de última hora por receptores e televisores, e vários anunciavam promoções com esse tema em seus sites.
Para as operadoras de TV por assinatura, as medições preliminares de reclamações por conta do corte do sinal em Brasília não foram preocupantes, segundo apurou este noticiário, mas ainda existe uma grande preocupação com o impacto na grande São Paulo.
Os próximos dias serão decisivos para o futuro do Simba. Tanto operadoras de TV paga quanto a Seja Digital reforçaram suas centrais de atendimento para monitorar os impactos do desligamento.
Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Tela Viva.