Tecnologia

Aplicativos melhoram resultados de dietas para perda de peso

Estudo demonstrou que quem utiliza esse recurso perde, em média, 3,9 quilos a mais em um ano, em comparação a quem não adere à tecnologia


	No Brasil, uma das ferramentas disponíveis é o programa Dieta e Saúde, que pode ser acessado por computador ou celular
 (Divulgação)

No Brasil, uma das ferramentas disponíveis é o programa Dieta e Saúde, que pode ser acessado por computador ou celular (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2012 às 09h56.

São Paulo - Quem está acima do peso conta com mais um recurso para ajudar a colocar o regime em prática: aplicativos de celular somam as calorias ingeridas, indicam a quantidade certa de atividade física e mostram se os alimentos escolhidos estão bem equilibrados nutricionalmente. Agora, um estudo demonstrou que quem utiliza esse recurso perde, em média, 3,9 quilos a mais em um ano, em comparação a quem não adere à tecnologia.

O estudo americano, feito na Universidade NorthShore e publicado na revista científica Archives of Internal Medicine, recrutou 69 adultos obesos ou com sobrepeso e os dividiu aleatoriamente em dois grupos. Ambos participaram de sessões quinzenais de orientação com nutricionistas, psicólogos e médicos, mas apenas um grupo recebeu computadores de mão para registrarem seu consumo de calorias. 

Além de perderem mais peso ao final de 12 meses, os participantes que utilizaram o recurso tecnológico tiveram resultados melhores logo no início do experimento. Após três meses de participação, 36% dos voluntários desse grupo já haviam perdido pelo menos 5% de seu peso. No mesmo período, nenhum participante do outro grupo atingira resultado semelhante.

Para o médico Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, esse tipo de recurso está sendo cada vez mais usado. “Essas tecnologias incorporam um padrão de conduta no cotidiano alimentar da pessoa”, diz. Isso se deve, segundo ele, ao fato de os aplicativos ou os programas online “cobrarem” uma mudança de comportamento. “Quando somos direcionados, pressionados e cobrados a seguir determinados hábitos, os resultados são mais positivos”, observa Durval Filho.


Os pesquisadores da Universidade NorthShore Goutham Rao e Katherine Kirley, que analisaram o estudo, lembram que os custos associados à obesidade são altos e há poucos medicamentos disponíveis. “A tecnologia pode desempenhar um papel crucial no fomento de uma gestão acessível e de baixo custo”, afirmam na publicação.

Opções

No Brasil, uma das ferramentas disponíveis é o programa Dieta e Saúde (www.dietaesaude.com.br), que pode ser acessado por computador ou celular. Depois de uma avaliação com base em peso e altura, cada usuário recebe uma indicação de dieta. Ele também passa a dispor de uma ferramenta para medir a evolução de seu peso e um contador de pontos que calcula as calorias ingeridas e as calorias gastas com atividades físicas.

De acordo com a nutricionista chefe da empresa, Roberta Stella, o aplicativo permite que o usuário fotografe seu prato e cadastre a foto no programa, para contar as calorias mais tarde. “Com o crescimento de acesso aos smartphones e tablets, esse vai ser o grande incentivo para as pessoas continuarem a cuidar da saúde”, diz Roberta.


No Cyberdiet, outro programa que oferece acompanhamento virtual para dietas, o usuário escolhe entre três estratégias para perda de peso: um cardápio pré-elaborado, um programa que obedece uma quantidade determinada de alimentos por grupos alimentares e a contagem de calorias. Para a nutricionista Camila Rebouças, do Cyberdiet, o uso da tecnologia facilita o processo de emagrecimento. “A pessoa não fica tão presa ao compromisso de marcar horário e ir ao nutricionista.”

Ainda que o método possa ser eficaz, Ribas Filho alerta que, antes de começar uma dieta, é recomendável que o paciente se submeta a uma avaliação médica “ao vivo” com um profissional da área, o que vai determinar se existe alguma doença associada à obesidade. “Assim como nem todo magro come pouco, nem todo obeso come muito. A dieta requer individualização”, diz. 

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