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Aplicativos de segunda tela não funcionam, diz analista

A revolução da TV, diz fundador da Everybody at Once, não está na ultra alta definição, mas no fato das pessoas agora se conectarem e se enxergarem

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 17h06.

Liverpool - O conceito de segunda tela foi criado pelos usuários, que comentam sobre TV nas redes sociais, e tentativas de se criar aplicativos para "forçar" esta ligação não funcionam.

Esta foi uma das conclusões da apresentação de Kenyatta Cheese, fundador da Everybody at Once, durante o Showcase da BBC nesta terça, 25, em Liverpool.

A revolução da TV, diz Cheese, não está na ultra alta definição, mas no fato das pessoas agora se conectarem e se enxergarem.

"É o que acontece no cinema. Nosso sistema límbico é acionado quando interagimos com outras pessoas, é algo natural. O que leva as pessoas ao cinema não é só o filme, mas a experiência conjunta. Ver o mesmo filme em casa sozinho nunca é igual", diz.

Com as redes sociais, os usuários passaram a encontrar pessoas com as mesmas afinidade e gostos em programas de TV. São eles que se utilizam do conteúdo para encontrar seus semelhantes.

"Os fãs buscarão conexão com as outras pessoas, independente de você acompanhar isso ou não", completou.

O hábito não nasceu com a Internet. Cheese lembra que antes havia as convenções e o "fan fiction", textos escritos por fãs baseados nos personagens de uma série ou filme. Hoje, lembra, as pessoas também criam, adaptam os conteúdos às diferentes plataformas. Colocam fotos no Pinterest, GIFs animados no Tumblr e Reddit, vídeos no Vine etc.

"Eles não fazem isso comercialmente, para ganhar dinheiro, mas alguns donos de conteúdos ficam malucos. Eles têm que entender que isso vai acontecer de qualquer jeito, e o que os fãs querem no fim é que mais pessoas assistam e gostem de seus shows favoritos", lembra.


Dicas

Cheese, cuja empresa ajuda donos de conteúdos a gerenciar suas marcas nas redes sociais, dá algumas dicas. É preciso, diz ele, já pensar no compartilhamento antes mesmo de se escrever um script.

"Já se deve pensar, durante a produção, em que conteúdos serão compartilháveis. Não falo de making of, mas às vezes coisas simples, uma foto de backstage, um detalhe". É fundamental, diz ele, respeitar as características de cada rede, usando em algumas fotos, em outras vídeos, GIFs, texto etc. "Mas sem spoilers, que isso ninguém gosta", brinca.

Ele recomenda também engajar os fãs onde eles já estão, e não tentar levá-los para outros ambientes. Uma entrevista no BuzzFeed, por exemplo, pode ser mais eficiente do que um conteúdo no site do programa.

Cheese tem alguns casos desenvolvidos com a BBC, que apresentou na palestra. O mais importante foi com o cinquentenário da série "Dr. Who", em 2013. O trabalho nas redes começou quase um ano antes.

A ação foi marcada pela presença forte no Tumblr, com muitas fotos e piadas. Perto da exibição, mandaram kits para os fãs que iriam fazer festas em suas casa para ver o episódio.

O resultado: 10,2 milhões de posts no período, e 5 milhões no dia da exibição, com 3,1 milhões de likes. Foi o maior evento do Tumblr em um dia, passando mesmo o Superbowl.

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