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Aplicativo Figure1, o “Instagram dos médicos”, reúne casos bizarros e curiosos

A rede social, que acaba de chegar no Brasil, permite que apenas médicos postem conteúdos de seu interesse

figure1 (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2015 às 08h31.

“O corpo todo está seco (...) com rachaduras e sangramentos que começaram no pé. Alguém sabe dizer o nome dessa doença?”. A legenda está sob a foto de um par de pernas claramente atingidas por alguma condição. Logo abaixo, um comentário sugere que se trata de um tipo de sarna. Pouco depois, o próprio usuário que postou a imagem esclarece que, embora o caso continue sem diagnóstico exato, parece se tratar de uma combinação de doenças, incluindo a tal sarna.

Esse tipo de colaboração é justamente o objetivo do Figure1, aplicativo criado em 2013 para conectar médicos e enfermeiros de todo o mundo. Presente em 46 países, ele acaba de chegar oficialmente ao Brasil. Sua premissa é simples: uma rede social, a la Instagram, onde apenas médicos podem postar conteúdo. Nela, é possível seguir não apenas usuários, mas temas de seu interesse. No lugar de “moda”, “gastronomia” ou “esportes”, fala-se de cardiologia, cirurgia geral, transplantes e casos dermatológicos. Há também um botão para receber atualizações sempre que determinada foto ganhar novos comentários.  

“A ideia surgiu quando estudava a forma como os dispositivos móveis eram usadas por médicos”, disse a INFO o canadense Joshua Landy, 34 anos, também médico e um dos fundadores do Figure1. Há alguns anos, ele passou quatro meses como pesquisador convidado na Universidade de Stanford, na Califórnia, e notou o intenso compartilhamento de imagens na comunidade médica por e-mail, SMS e outras plataformas. “Acontecia dezenas de vezes ao dia. Eles compartilhavam casos difíceis, clássicos ou interessantes. Mas havia alguns problemas nessa troca”, afirma. “Primeiro, não havia nenhum tipo de privacidade e, segundo, não havia forma de gravar ou preservar as discussões geradas nos pequenos grupos em que aquilo era trocado”.

Após uma extensa pesquisa com advogados, Landy e seus dois sócios criaram o Figure1 com uma série de ferramentas para garantir a privacidade dos pacientes, mas estimular a troca de conhecimento. O primeiro passo é obter a permissão de compartilhamento por meio de uma assinatura do próprio paciente, feita com os dedos na tela do celular. Depois, um software de reconhecimento facial cobre todos os rostos que aparecem na imagem. Então é a vez do usuário que fará a postagem usar algumas ferramentas e filtros para remover quaisquer detalhes que possam identificar o paciente. “Há uma lista deles no próprio aplicativo, como tatuagens, datas e nomes no canto de raios-X, etc...”, diz Landy. “Por fim, temos um time que monitora todas as imagens antes de estarem disponíveis”.

As imagens do Figure1 podem ser visualizadas por qualquer usuário que baixar o aplicativo, porém apenas médicos e enfermeiros podem postar imagens e comentários. Para isso, o app conta com um time de verificação, que checa diplomas, certificados de associações médicas, e-mails de hospitais ou quaisquer outras provas de que o usuário atua na área médica. “Se necessário, entramos em contato individualmente”, diz Landy.  

Embora não revele o número exato de usuários (diz apenas que possui “centenas de milhares”), o Figure1 confirma que, todos os dias, mais de 2 milhões de imagens são visualizadas em sua plataforma. E as expectativas para o Brasil são grandes, já que o país é o primeiro da América Latina a receber o Figure1. Por aqui, ele está disponível nas lojas de aplicativos da Apple e do Google. “Quando lançamos nos Estados Unidos, vimos uma grande quantidade de usuários brasileiros baixando nas lojas americanas. Isso não aconteceu em quase nenhum outro país”, diz Landy, que não tem planos de monetizar o aplicativo no futuro próximo. “Nossos investidores nos aconselharam a não pensar nisso por enquanto. Precisamos ser pacientes e focar na criação de um bom produto”. 

[Baixe o Figure 1 para iOS pelo Downloads INFO]

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