Uber: alternativa ao táxi busca regulamentação no Brasil (Shannon Stapleton/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 8 de setembro de 2015 às 18h49.
São Paulo – O aplicativo para smartphones da Uber já foi baixado por 500 mil brasileiros, de acordo com dados divulgados pela própria empresa, nesta terça-feira (8). O serviço conecta motoristas e clientes, que não precisam pagar em dinheiro ou cartão de débito ao final da viagem. O pagamento acontece de forma automática no cartão de crédito do usuário.
A Uber opera em São Paulo, Rio, Brasília e Belo Horizonte. Nessas cidades, a empresa oferece dois modelos distintos de serviço: o UberX e o UberBlack. O primeiro conta com carros populares que estejam com as revisões e a documentação em dia, enquanto o segundo tem apenas veículos sedã, em sua maioria, pretos, que tenham até 3 anos de uso, bancos de couro e ar condicionado – além de ter todos os documentos e revisões regularizados.
Os motoristas da empresa passam por análise de antecedentes criminais e por um treinamento oferecido pela Uber. No entendimento da companhia, não é necessário que os condutores tenham licenças especiais ou alvarás para o transporte de pessoas, desde que contem com um seguro que também cubra o passageiro.
Este é o ponto de polêmica entre a Uber, os taxistas, os sindicatos e o governo. Até a presidente Dilma Rousseff já declarou que o serviço prestado pela Uber precisa de regulamentação e que ele tira empregos atualmente. "Depende também da regulamentação de cada cidade e de cada Estado, porque não é a União que decide isso. Ele tira os taxistas do seu emprego", disse a presidente, de acordo com a Reuters.
Por outro lado, a Uber diz que seu serviço cria empregos. "Para os motoristas parceiros, a Uber é uma plataforma inclusiva que cria novas oportunidades de geração de renda. Apenas em 2015, a Uber espera criar 1 milhão de novas oportunidades em todo o mundo", escreveu a empresa em seu blog nesta semana.
Muitos dos motoristas procurados por Exame.com disseram trabalhar com a Uber como uma forma de complementar a renda, uma vez que eles têm empregos formais durante o dia. A Uber não cobra bandeira 2, como fazem os táxis, nem taxas de mudança de municípios – dois motivos pelos quais, segundo os condutores procurados, os cidadãos utilizam o serviço.
A própria companhia reconhece que a regulamentação do seu serviço no Brasil é necessária. "A Uber acredita que cada um desses cidadãos merece ter o seu direito de escolha preservado e que a tecnologia pode gerar infinitas soluções para melhorar a mobilidade urbana. Por isso, é fundamental um marco regulatório que olhe para futuro e converse com a sociedade", informou a empresa.