Tecnologia

Aplicativo da Baidu conquista adolescentes no Japão

O aplicativo Simeji possibilita que os usuários insiram uma gíria ou frase de efeito no teclado para transformá-la em um emoticom


	Rin Yano: “o Simeji é como o meu bebê. Eu dediquei a ele muito tempo e energia”, disse
 (Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg)

Rin Yano: “o Simeji é como o meu bebê. Eu dediquei a ele muito tempo e energia”, disse (Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2014 às 14h42.

Tóquio - Rin Yano, criadora de um famoso programa japonês de mensagens de textos, quer dobrar a quantidade de downloads do seu aplicativo Simeji quando a Apple Inc. permitir pela primeira vez que desenvolvedores externos forneçam teclados de terceiros, neste outono do Hemisfério Norte.

O aplicativo, que Yano vendeu ao gigantesco motor de pesquisas chinês Baidu Inc. em 2011, possibilita que os usuários insiram uma gíria ou frase de efeito para transformá-la em um emoticom, a mescla de caracteres do teclado que expressa uma emoção.

O Simeji, nomeado em referência a um tipo de cogumelo, já contabiliza cerca de 10 milhões de downloads para o sistema operacional Android, da Google Inc., e Yano planeja dobrar essa cifra quando a Apple lançar o sistema iOS 8.

Yano criou o Simeji com um sócio empresarial usando as mais novas gírias adolescentes e palavras de efeito dos programas de TV japoneses, disse ela em entrevista neste mês.

A web designer de 40 anos, grávida do seu segundo filho, que nascerá em setembro, disse que as negociações para vender o aplicativo duraram quase seis meses e que a Baidu a contratou para gerenciar sua divisão de tecnologia móvel no Japão no próximo ano. Ela não quis comentar quanto a Baidu pagou.

“O Simeji é como o meu bebê. Eu dediquei a ele muito tempo e energia”, disse Yano em entrevista, em Tóquio. “Nosso público-alvo são os adolescentes japoneses que adoram usar fotos, as frases mais novas dos programas famosos de TV e os serviços das redes sociais, como o Twitter”.

A Baidu, com sede em Pequim, está tentando ampliar sua base de consumidores no Japão através do Simeji, atraindo mais usuários de smartphones com novos aplicativos e conteúdos de entretenimento.

As vendas oriundas dos aparelhos móveis, geradas principalmente pelas vendas de publicidade, foram responsáveis por mais de 30 por cento da receita no primeiro trimestre, disse a companhia em abril.

Sistemas de escrita

O Simeji também é útil para as pessoas que escrevem em japonês porque esse idioma utiliza três conjuntos diferentes de caracteres: hiragana, katakana e kanji.

Com o tempo, o aplicativo aprende as palavras e frases que um usuário é mais propenso a utilizar e sugere-as automaticamente, economizando tempo. Alguns emoticons podem conter mais de 100 caracteres.

A Baidu manterá o aplicativo Simeji gratuito e usará o software para fazer com que o nome de sua empresa fique mais conhecido no Japão, disse Yano. Ela não quis comentar sobre a estratégia de vendas da Baidu no país.

O aplicativo também pode atrair certa atenção devido à sua dona chinesa. O governo japonês advertiu em dezembro que determinados softwares, inclusive alguns fabricados na China, que são utilizados para escrever em computadores pessoais, poderiam provocar vazamentos na segurança.

O Centro Nacional de Segurança da Informação do Japão solicitou que todos os ministérios do governo central evitem os programas ao lidar com documentos confidenciais, porque um registro do que está sendo escrito pode ser enviado a servidores fora do país.

Os programas, fabricados pela Baidu, Microsoft Corp. e Google Inc., possibilitam que os usuários utilizem um teclado em inglês para escrever foneticamente os caracteres japoneses.

Sem manipulação

A Baidu Japan disse que seu software de edição não salva dados desnecessários e não permite que os arquivos sejam manipulados, de acordo com um comunicado em seu site, do dia 9 de abril, em que cita a organização de certificação Intertek Group Plc, com sede em Londres.

Enquanto isso, Yano disse esperar que o iOS 8 da Apple seja lançado já em setembro, mais ou menos na mesma época em que seu bebê, uma menina, deve nascer, disse.

“É possível que eu tenha que diminuir o meu ritmo de trabalho quando tiver dois filhos”, disse Yano. “Como empresária e designer, eu quero continuar encontrando desafios no trabalho e em casa”.

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