Não há previsões para a exibição do filme no Brasil (Dan Kitwood/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2012 às 06h55.
Austin - Se o objetivo de Brian Knappenberger era conquistar a simpatia da audiência através de uma visão romântica do grupo cracker Anonymous, certamente ele conseguiu. O filme WE ARE LEGION: The Story of the Hacktivists, parte da programação do South by Southwest (SXSW) deste ano, não só lotou as salas onde foi exibido, como deixou gente para fora.
O filme, um dos selecionados para o festival de cinema de Sundance, em janeiro, conta em 89 minutos a trajetória do hacktivismo nos Estados Unidos, o surgimento do Anonymous, a participação do grupo na Primavera Árabe e o seu papel fundamental no movimento global Occupy.
Baseado em entrevistas com atuais e ex-participantes do grupo, acadêmicos e ativistas digitais, o diretor buscou no documentário mostrar o Anonymous como um retrato contemporâneo da geração Y, que usa a internet para expressar seus anseios e decepções.
A qualidade técnica na produção do filme é notável, bem como a escolha dos personagens. Para contrastar com o tema denso, Knappenberger apostou no humor e usou vários jargões característicos da comunidade digital, como meme, troll e LOL cat. O objetivo: conquistar a confiança desse nicho.
A abordagem histórica de WE ARE LEGION não desaponta o público. Através de uma vasta investigação, o diretor conversou com membros do Cult of the Dead Cow e do Electronic Disturbance Theater, dois coletivos hackers fundados nas décadas de 80 e 90, respectivamente.
O diretor também optou pela ordem linear dos acontecimentos, explicou o 4chan e abordou protestos recentes, cuja organização deu-se na rede. Embora alguns entrevistados tenham passado a imagem de imaturos - talvez tenha sido esse o objetivo de Knappenberger -, o documentário de forma geral é uma boa opção àqueles que tentam entender os movimentos sociais que nascem web.
Não há previsões para a exibição do filme no Brasil. Mais informações em www.wearelegionthedocumentary.com.
Assista a seguir ao trailer do documentário (em inglês). Vídeo pode não funcionar em tablets iPad: