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Amazon vai armazenar todas as interações com a Alexa na nuvem

Decisão afeta toda a linha Echo e entra em vigor no dia 28 deste mês

Mudança levanta preocupações com privacidade (Smith Collection/Gado/Getty Images)

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Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de março de 2025 às 12h50.

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A partir do dia 28 deste mês, os dispositivos da linha Echo da Amazon passarão a armazenar todas as interações dos usuários com a assistente virtual Alexa diretamente na nuvem. A mudança elimina a opção de manter os comandos de voz apenas no próprio aparelho, uma configuração que anteriormente poderia ser ativada pelos usuários. A decisão vale para todos os modelos Echo, incluindo os alto-falantes Echo Pop, Echo Dot, Echo Spot e os displays Echo Show.

Nos últimos dias, a Amazon notificou os clientes que haviam ativado a opção "Não Enviar Gravações de Voz" sobre a alteração. No comunicado, a empresa afirmou que a mudança está ligada à evolução da Alexa e ao lançamento do Alexa+, versão baseada em inteligência artificial generativa, que será oferecida como um serviço pago.

Mudança levanta preocupações com privacidade

A justificativa da Amazon para a nova política é que a nuvem proporciona maior poder de processamento para aprimorar os recursos da assistente virtual. No e-mail enviado aos usuários, a empresa reforçou que todas as solicitações de voz feitas à Alexa continuarão criptografadas durante a transmissão e armazenamento e que os clientes ainda poderão acessar controles de privacidade pelo aplicativo.

No entanto, a decisão elimina a possibilidade de os usuários impedirem que seus comandos sejam armazenados nos servidores da Amazon, o que aumenta as preocupações com privacidade. Mesmo quem não quiser assinar o Alexa+ não poderá mais impedir que suas interações com a Alexa sejam salvas na nuvem.

Histórico de polêmicas com privacidade

Não é a primeira vez que a Amazon enfrenta críticas em relação à privacidade dos dados coletados pela Alexa. Em 2023, a empresa aceitou pagar uma multa de US$ 25 milhões em um acordo com a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) após ser acusada de armazenar indefinidamente gravações de interações de crianças.

Outro episódio ocorreu em 2019, quando a Bloomberg revelou que funcionários da Amazon ouviam até 1.000 gravações de voz da Alexa por turno de nove horas, supostamente para aprimorar os sistemas de reconhecimento de fala. Além disso, gravações da assistente já foram usadas como evidência em julgamentos criminais, o que levanta dúvidas sobre o grau de controle que os usuários realmente têm sobre seus dados.

Com a nova política, a Amazon reforça sua aposta na inteligência artificial generativa, mas reacende o debate sobre a segurança e o uso das informações coletadas pelos dispositivos conectados.

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