Parler: a aplicativo da rede social tem se posicionado como uma alternativa a plataformas maiores. Suas regras não proíbem discursos de ódio e informações falsas (Win McNamee/Getty Images)
Karla Mamona
Publicado em 10 de janeiro de 2021 às 09h00.
Última atualização em 10 de janeiro de 2021 às 11h11.
A Apple e a Amazon retiraram o suporte ao Parler, colocando um obstáculo à rede social que ganhou popularidade entre conservadores. Ao mesmo tempo, as duas gigantes escalaram, com o movimento, uma campanha de outras empresas de tecnologia para regular o conteúdo que veem como perigoso após o ataque ao Capitólio, em Washington, por apoiadores do presidente americano Donald Trump.
A Amazon informou no sábado que não forneceria mais serviços de computação em nuvem para o Parler, e a Apple suspendeu o aplicativo da empresa de sua App Store. As duas empresas afirmaram que o Parler não demonstrou, em conversas recentes, que pode endereçar adequadamente a ameaças de violência feitas através da plataforma.
"Sempre demos suporte aos diferentes pontos de vista representados na App Store, mas não há lugar em nossa plataforma para ameaças de violência e atividade ilegal", afirmou a empresa em um comunicado. "O Parler não tomou as medidas adequadas para endereçar a proliferação dessas ameaças à segurança das pessoas."
Os anúncios da Amazon e da Apple vêm um dia após o Google suspender o Parler de sua própria loja de aplicativos, citando violações aos requerimentos de moderação de conteúdo aos apps que distribui.
O Parler tem se posicionado como uma alternativa a plataformas maiores. Suas regras não proíbem discursos de ódio e informações falsas, mas banem spams, ameaças de violência e outras atividades ilegais.
Após a Apple anunciar que suspendeu a Parler de sua plataforma até que a rede social passe a moderar o seu conteúdo, o presidente do Twitter, Jack Dorsey, comemorou nas redes sociais. O executivo postou uma foto dos Top Charts na App Store com um emoji de coração. Antes da Apple banir a Parler, o app era o mais baixado na plataforma.
— jack (@jack) January 10, 2021
O presidente da Parler, John Matze, não gostou do comentário feito por Dorsey e respondeu na sua própria rede social o tweet. “Sim, éramos o número um até que a multidão de notícias falsas no Twitter e seus amigos anticompetitivos foram atrás de nós", escreveu Matze. Ele acrescentou: "Isso é muito fofo."