Alex Szapiro: o maior catálogo de livros em português à venda (Divulgação)
Maurício Grego
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 06h00.
São Paulo -- Dois anos depois de iniciar suas operações no Brasil vendendo e-books, a Amazon começa a oferecer também livros impressos no país.
Uma nova versão da loja Amazon.com.br deve ser aberta ao público nesta quinta-feira. Ela oferece 150 mil livros impressos de 2.100 editoras brasileiras. "É o maior catálogo de livros em português no país", diz Alex Szapiro, gerente geral da Amazon no Brasil.
Esses livros se juntam aos mais de 2 milhões de e-books à venda na loja. O site da Amazon mostra o livro em papel e o digital na mesma página. A resenha, as informações básicas e os comentários dos clientes são os mesmos para as duas edições.
“Somos agnósticos em relação ao formato. Há livrarias online que oferecem e-books e livros impressos em lugares diferentes, o que não é tão conveniente para o consumidor”, diz Szapiro.
Cerca de 13 mil dos livros impressos à venda no site contam com o recurso que a Amazon chama de “leia enquanto enviamos”.
Ao usá-lo, o comprador tem acesso a cerca de 10% do texto do livro em formato digital. Assim, pode iniciar a leitura no computador, tablet, smartphone ou e-reader Kindle – e continuar lendo no livro impresso depois que ele for entregue.
Como já havia feito em outros países, a Amazon montou, no Brasil, seu próprio estoque de livros. Ele é operado por uma empresa parceira. “Sem um estoque próprio, não poderíamos ter bons prazos de entrega”, diz Szapiro.
O prazo depende do endereço de entrega. É menor em alguns bairros de São Paulo. Neles, quem fizer a encomenda até 11h recebe os livros no dia seguinte. A espera é maior em cidades mais distantes. Compras de 69 reais ou mais têm frete grátis.
Conflito
Nos Estados Unidos, a Amazon entrou em conflito com editoras por causa dos preços dos e-books. A loja oferece e-books com desconto em relação ao preço de tabela. Pelo menos uma editora, a Hachette, recusou-se a vender pelo preço da Amazon.
Em resposta, a Amazon passou a atrasar a entrega dos livros da Hachette e deixou de aceitar pré-encomendas deles. Em julho, um grupo de 900 autores, incluindo nomes de sucesso como Stephen King e John Grisham, posicionou-se contra a Amazon na briga.
A empresa respondeu em tom agressivo, notando que a Hachette já havia sido condenada pela justiça americana por formar um cartel para elevar preços de e-books. A Amazon argumenta que preços baixos aumentam as vendas, trazendo benefícios financeiros a todos os envolvidos.
No Brasil, um comunicado distribuído à imprensa pela loja traz declarações de executivos das editoras Record, Companhia das Letras e Novo Conceito, além dos autores Laurentino Gomes e Pedro Dória. Todos elogiam a chegada a Amazon ao mercado brasileiro de livros impressos.
Outros produtos
Além de vender livros e e-readers Kindle no Brasil, a Amazon tem uma versão brasileira de sua loja de apps para Android. Em outros países, o leque de produtos é muito mais amplo – de brinquedos a aparelhos eletrônicos.
A empresa também vende filmes e músicas em formato digital, além da linha de tablets Kindle Fire e do smartphone Fire Phone (este último apenas nos Estados Unidos). A empresa não diz quando pretende iniciar a venda de outros produtos no Brasil.