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Amazon se enrosca com escritores e comete uma gafe

A quebra de braços entre a Amazon e uma editora de livros tomou um rumo inesperado no mundo dos negócios


	Amazon pressiona para que editora Hachette reduza o preço dos livros virtuais
 (Divulgação)

Amazon pressiona para que editora Hachette reduza o preço dos livros virtuais (Divulgação)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 9 de agosto de 2014 às 15h12.

São Paulo – A Amazon, gigante do varejo eletrônico, entrou recentemente numa briga que parece não ter fim com o conglomerado editorial Hachette. Tudo por conta do preço dos e-books.

De um lado, a Amazon pressiona para que a editora reduza o preço dos livros virtuais e, para isso, usa métodos discutíveis, como boicotar obras e autores em seu site. 

Já a Hachette, que publica, entre outros, livros de JK Rowling, autora da saga de Harry Potter, diz que procura precificar de maneira adequada o papel do escritor e de outros profissionais da indústria.

A quebra de braços tomou um rumo tão inesperado no mundo dos negócios que as duas companhias andam se digladiando em uma guerra de retóricas pela imprensa.

Segundo o jornal The Guardian, o conglomerado editorial já disse que seria um "suicídio" aceitar os termos da Amazon, que retrucou pedindo para Hachette parar de usar os escritores como um "escudo humano".

O último passo dessa guerra será a publicação de um anúncio com a assinatura de 900 escritores no jornal The New York Times neste domingo.

A peça publicitária pede para que os leitores enviem um e-mail para Jeff Bezzos, dono da Amazon, dizendo o que acham dessa novela toda – sim, o endereço de e-mail do bilionário foi divulgado.

Entre os escritores que assinaram a carta, está o célebre autor Stephen King. 

 

A gafe

 

Ao saber da história, a Amazon não deixou barato e criou um site em que divulga uma carta para defender seu ponto de vista.

 

Para companhia de Jeff Bezzos, o e-book é a grande revolução da indústria editorial e precisa ter seu preço reduzido para chegar a mais leitores.  

E foi aí que nasceu a gafe da gigante do Varejo.

Para concluir seu argumento, a Amazon lançou mão de uma citação de George Orwell, dizendo que o autor de "1984" e "Revolução dos Bichos" era contrário à popularização dos livros de bolso, introduzidos pela Penguin.

 

"O famoso autor George Orwell veio a público e disse o seguinte sobre o formato dos livros de bolso: 'se os editores tiverem alguma razão, eles vão se juntar e suprimi-los (os livros de bolso).'", escreveu a equipe da Amazon.  

No entanto, como pontuou David Streitfel, no blog BITS, do New York Times, a citação foi pinçada fora de contexto, pois o que Orwell sempre fez em vida foi elogiar os livros de bolso.

O jornalista do New York Times traz a mesma citação, mais preservada em seu contexto:

"Os livros da Penguin têm um valor esplêndido por seis pence, tão esplêndido que, se os outros editores tivessem alguma razão, iriam se unir para suprimi-los (os livros de bolso). "

Parece que, dessa vez, a retórica da Amazon não colou.

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