Tecnologia

Amazon atinge meta de eletricidade 100% limpa sete anos do previsto

Apesar do avanço, método que aferiu a importante marca é questionado por especialistas

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 10 de julho de 2024 às 09h53.

Última atualização em 10 de julho de 2024 às 10h59.

Amazon anunciou nesta quarta-feira, 10, que praticamente toda a eletricidade usada em suas operações no ano passado veio de fontes que não produzem emissões de gases de efeito estufa.

A empresa alcançou sua meta de 100% de energia limpa sete anos antes do previsto, investindo bilhões de dólares em mais de 500 projetos solares e eólicos. A energia gerada por esses projetos é equivalente ao consumo elétrico dos centros de dados, edifícios corporativos, lojas de alimentos e centros de distribuição da empresa em 27 países.

Porém, alguns críticos apontam que a metodologia usada pela Amazon para aferir a marca é um pouco exagerada. Os projetos solares e eólicos não alimentam diretamente todas as operações da empresa, sendo que grande parte dessa energia é enviada para redes elétricas que atendem várias empresas e residências. Isso, segundo especialistas, pode criar uma impressão enganosa sobre o impacto real da empresa no clima.

Amazon afirmou que seus projetos de energia limpa podem produzir eletricidade suficiente para abastecer o equivalente a 7,6 milhões de lares nos EUA. A empresa visa alcançar emissões líquidas zero de carbono em todas as suas operações, incluindo vans de entrega, aviões e outros meios de transporte, até 2040.

Impacto do aumento na demanda por eletricidade

Apesar das promessas de eliminar o efeito de aquecimento global de suas operações, essas metas têm sido questionadas devido ao investimento pesado da indústria em inteligência artificial, que consome grandes quantidades de eletricidade através do uso de centros de dados.

Ambientalistas estão preocupados que o aumento na demanda por eletricidade de centros de dados, carros elétricos e bombas de calor possa levar as concessionárias de energia a depender mais de usinas a gás natural, pois não conseguirão construir fontes de energia limpa, linhas de transmissão e outras infraestruturas com rapidez suficiente.

Um grande centro de dados pode usar tanta energia quanto a produzida por uma pequena usina elétrica que serve aproximadamente 100.000 lares.

Outros especialistas em energia dizem que, apesar dos grandes investimentos em renováveis, empresas como a Amazon não têm sido transparentes o suficiente sobre como calculam e reportam o uso de energia limpa. A Amazon recebeu uma nota “B” da CDP, organização sem fins lucrativos que opera um sistema global de divulgação para gerenciar impactos ambientais.

Google e Microsoft receberam notas “A” e foram elogiadas por seu compromisso com a energia limpa e pela transparência em suas metas climáticas.

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