GOOGLE, DA ALPHABET: a direção da empresa ficou do lado dessas pessoas e prontamente demitiu Damore. Isso só ressaltou o ponto dele que perpassa todo o artigo / Ole Spata/Corbis/Latinstock (Ole Spata/Corbis/Latinstock/Reprodução)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 30 de julho de 2020 às 17h44.
Última atualização em 30 de julho de 2020 às 18h24.
Pela primeira vez em sua história, a Alphabet, empresa controladora do Google, registrou queda em seu faturamento trimestral. No balanço financeiro do segundo trimestre deste ano, a companhia registrou receita de 38,30 bilhões de dólares no período. Apesar de superar a expectativa do mercado que girava em 37,37 bilhões de dólares, a cifra é 2% menor do que a registrada no segundo trimestre de 2019.
A queda no faturamento da Alphabet demonstra que a redução dos anúncios nos produtos do Google tiveram um impacto considerável no desempenho da companhia. Nem mesmo o aumento de 5,8% na receita obtida com o YouTube, que ficou em 3,81 bilhões de dólares e a alta de 43% na receita obtida com o serviço de armazenamento em nuvem Google Cloud, que faturou 3 bilhões de dólares, compensaram a queda.
Ainda assim, o mercado está satisfeito com os resultados obtidos pela Alphabet. Os ganhos por ação foram de 10,13 dólares por papel, acima da expectativa do mercado de 8,21 dólares por ação. A companhia fechou o pregão desta quinta-feira (30) com alta de 0,62% nas ações negociadas na Nasdaq, com ações vendidas por 1.531,45 dólares cada. Já havia uma alta de 1,42% no valor dos ativos após o fechamento do mercado.
Apesar da queda na receita não ser tão alta, houve uma baixa considerável em relação no lucro, que caiu 30,03% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, quando a companhia ganhou 9,94 bilhões de dólares. Esta queda acentuada deve-se em parte ao aumento do custo da operação da Alphabet, que passou de 29,76 bilhões de dólares para 31,94 bilhões em um ano, alta de 7,2%.
Avaliada em 1,04 trilhão de dólares, a Alphabet já aumentou seu valor de mercado em quase 12% desde o começo do ano. A companhia vem se recuperando de uma queda no valor das ações ocorrida durante o mês de março, quando os ativos chegarem a ser negociados 1.056,62 cada. Desde então, a empresa já acumula alta de quase 45% no valor de suas ações.
Ontem, em audiência no Congresso dos Estados Unidos, Sundar Pichai, CEO da gigante de Mountain View, negou que sua empresa prioriza os próprios produtos quando o usuário está buscando por alguma coisa. “Um mercado competitivo dá aos publicadores e anunciantes, e então também para os consumidores, diversas escolhas”, afirmou o executivo.
Além disso, Pichai também rechaçou a acusação sobre o uso de informações particulares de usuários para benefício próprio, principalmente no YouTube. Ele reforçou que toda a atividade realizada pelo Google está de acordo com as leis dos Estados Unidos. A norma proíbe que qualquer empresa colete dados de pessoas menores de 13 anos de idade.