(Gabrielle Lurie/Reuters)
Lucas Agrela
Publicado em 18 de setembro de 2018 às 05h55.
Última atualização em 18 de setembro de 2018 às 06h34.
São Paulo – Com dez anos de existência, o Airbnb é uma plataforma digital para conectar hóspedes e anfitriões que possuam casas para recebê-los em viagens a trabalho ou lazer. Em janeiro deste ano, a empresa atingiu a marca de 1,6 bilhão de reais gerados aos anfitriões brasileiros, apesar do crescimento tímido do número de turistas estrangeiros no país nos últimos anos.
Em 2017, o número de pessoas que vieram de fora do país ao Brasil foi de 6.588.770, de acordo com dados da Polícia Federal. Ele chegou a superar a quantidade de turistas que vieram para cá em 2016, ano da Olimpíada no Rio (6.546.696) e em 2014, ano da Copa do Mundo da Fifa (6.429.852). A maior parte dos turistas estrangeiros vem da Argentina, dos Estados Unidos, do Chile e do Paraguai. Os países que mais trazem turistas ao Airbnb no Brasil, por outro lado, são EUA, Argentina, França e Chile.
De acordo com Leonardo Tristão, diretor geral do Airbnb no Brasil, o mercado doméstico é o mais forte para a empresa atualmente no país. "O mercado brasileiro é o mais forte. Infelizmente, não conseguimos sair do patamar de 6 ou 6,5 milhões de turistas estrangeiros no país. Em contrapartida, o número de viagens no país é muito grande. Nosso crescimento é um fruto de o brasileiro conhecer o Airbnb, ele despertou para a diversificação de lugares de hospedagem", declarou Tristão, em entrevista a EXAME.
Os eventos que aconteceram durante o início da história do Airbnb no Brasil foi catalisadores para o conhecimento do aplicativo da companhia. "A Copa de 2014 foi quando começamos a construir história. Hospedamos muitos turistas estrangeiros. Na Olimpíada, foi o principal momento para o viajante brasileiro conhecer o Airbnb. Saímos do nicho do mercado estrangeiro para o mercado brasileiro. Foi quando tivemos o maior número de pessoas no Brasil, foram 87 mil, o que foi uma alavanca importante para a empresa", disse o diretor geral.
Ao longo dessa trajetória, a companhia americana viu uma mudança no perfil de anúncios. Os quartos individuais diminuíram em comparação com o número de casas inteiras à disposição na sua plataforma. Entre os mais de 180 mil anúncios no Brasil, 71% são imóveis inteiros, 27% são quartos privativos e 2% quartos compartilhados. O anfitrião brasileiro, segundo a empresa, tem, em média, 43 anos de idade e ganham 5.500 reais por ano alugando uma casa ou cômodo. Desse público, 39% são autônomos, o que reforça a vocação do aplicativo como uma forma de geração de renda extra.