Tecnologia

Água e iodo devem ser usados em caso de contaminação nuclear

"Para proteger os civis, dispomos de três armas: a evacuação, o isolamento e o iodo", explica professor de instituto francês

Médico checa o nível de radiação de uma mulher em Nihonmatsu, no Japão (Yomiuri Shimbun/AFP)

Médico checa o nível de radiação de uma mulher em Nihonmatsu, no Japão (Yomiuri Shimbun/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2011 às 09h45.

Paris - Pessoas expostas à radiação, entre elas especialistas e bombeiros que trabalham na zona de risco, podem apresentar sintomas de doenças nas semanas ou meses seguintes, e mesmo vômitos em 24 horas, dependendo da dose da contaminação recebida.

A médula óssea é a parte do corpo humano mais frágil à radiação e exigirá hospitalização, com transfusões de sangue, se atingida.

"Para uma dose muito forte não tem solução", explicou neste domingo o professor Patrick Gourmelon, diretor da seção de contaminação humana do Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN).

A exposição da população a elementos radioativos poderá ser traduzida em diversos tipos de cânceres (tireóide, sangue, pulmões, cólon...) de gravidade "proporcional à dose absorvida", acrescentou.

"Para proteger os civis, dispomos de três armas: a evacuação, o isolamento e o iodo", explicou o professor Gourmelon.

De preferência, as pessoas deverão instalar-se nos porões das casas, com as portas e janelas fechadas com fita adesiva sem ligar aparelhos de ar condicionado e de calefação.

"Trata-se de evitar, com isto, que partículas radioativas penetrem nos pulmões e no tubo digestivo", explicou o médico.

No caso de contato radiativo com a pele, "será preciso uma boa ducha, mas sem esfregar, para que as partículas não penetrem nos poros", acrescentou.

Também deve-se evitar roer as unhas, fumar e levar as mãos à boca.

Mas a medida mais importante a ser tomada pelas autoridades será a distribuição de pastilhas de iodo para evitar o câncer na tireóide, principalmente entre os jovens, crianças, bebês e mulheres grávidas ou que amamentam.

"Este produto, muito volátil, adere literalmente na glândula tireóide, que fica, assim, saturada de iodo limpo, evitando que o iodo radioativo adira", explicou o professor.

O problema é que se deve agir a tempo: de preferência, uma hora antes da emissão de partículas contaminadas.

Também funciona se o iodo for aplicado "nas 24 horas seguintes mas, neste caso, só protege 25%".

Embora a exposição em massa à radiação possa ter sido evitada na central japonesa de Fukushima, vapores e elementos radioativos vazam na atmosfera desde sábado, o que representa un risco de contaminação para as populações vizinhas.

A nuvem de gases radioativos que parecia deslocar-se neste domingo para o Oceano Pacífico, com ventos de norte e nordeste é constituída principalmente de iodo e césio, segundo especialistas ouvidos pela AFP.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaJapãoPaíses ricosSaúde

Mais de Tecnologia

Quem é Ross Ulbrich? Fundador de marketplace de drogas recebeu perdão de Trump

Microsoft investe em créditos de carbono no Brasil

Apple está perto de conseguir um acordo para liberar as vendas do iPhone 16 na Indonésia

Musk, MrBeast ou Larry Ellison: quem vai levar o TikTok?