Refugiados: a tecnologia blockchain é cada vez mais usada para rastrear dados de forma segura (Christopher Furlong/Getty Images)
Reuters
Publicado em 19 de junho de 2017 às 16h31.
Última atualização em 21 de junho de 2017 às 16h05.
Nova York - A Accenture e a Microsoft se uniram para desenvolver uma rede de identificação digital usando tecnologia blockchain, como parte de um projeto apoiado pelas Nações Unidas para fornecer identificação legal para 1,1 bilhão de pessoas pelo mundo sem documentos oficiais.
As companhias revelaram um protótipo da rede nesta segunda-feira na sede da ONU em Nova York, durante a segunda reunião de cúpula do ID2020, um consórcio público-privado que promove o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para 2030 de fornecer identidade legal para todas as pessoas do planeta.
O projeto visa ajudar indivíduos como refugiados a provar quem eles são para ter acesso a serviços básicos, como educação e cuidados de saúde.
A tecnologia blockchain, desenvolvida pela primeira vez como registro público de todas as transações com a moeda digital bitcoin, é cada vez mais usada para rastrear dados de forma segura em outros campos.
"Sem uma identidade você não tem acesso a educação, a serviços financeiros, a saúde. Você é privado de direitos e marginalizado pela sociedade", disse em entrevista David Treat, um diretor de serviços financeiros da Accenture.
"Ter uma identidade digital é um direito humano básico."
A nova plataforma conectará os sistemas existentes de manutenção de registros de entidades comerciais e públicas através do blockchain, permitindo que os usuários acessem suas informações pessoais onde quer que estejam.
Por exemplo, os refugiados que fugiram de seu país deixando para trás certidões de nascimento ou certificados escolares em papel ainda poderiam fornecer provas dessas credenciais através do sistema.
Uma das principais vantagens da blockchain é que permite que sistemas de diferentes organizações se comuniquem, disse Yorke Rhodes, estrategista de negócios global da Microsoft, em uma entrevista.
O protótipo foi desenvolvido sobre uma plataforma da Accenture, que alimenta o sistema de gerenciamento de identidade biométrica utilizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
Accenture e Microsoft, que trabalharam com a Avanade para construir o protótipo, estão convidando outras companhias para participar do projeto, como a PricewaterhouseCoopers e a Cisco Systems.