Tecnologia

A resposta da China na guerra dos semicondutores: bloqueio das exportação de metais

A medida surge em aparente retaliação após as restrições impostas pelos Estados Unidos e Europa à exportação de chips para a China

Xi Jinping: "As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Otan.  (Kevin Frayer/Getty Images)

Xi Jinping: "As ambições declaradas e as políticas coercitivas da República Popular da China desafiam nossos interesses, segurança e valores", sustenta o documento que deve orientar a Otan. (Kevin Frayer/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 4 de julho de 2023 às 10h38.

Última atualização em 5 de julho de 2023 às 11h07.

Pequim anunciou que imporá controles de exportação a dois metais raros, cruciais para a fabricação de semicondutores, em uma aparente retaliação após Estados Unidos e Europa restringirem a exportação de chips para a China.

En comunicado divulgado na segunda-feira, 3, o Ministério do Comércio da China, em uminformou que a exportação de gálio e germânio será controlada a partir de 1º de agosto "para proteger a segurança e os interesses nacionais".

Os exportadores dessas matérias-primas terão que solicitar "permissão especial do estado" para enviá-las para fora do país, segundo o comunicado.

Leia mais: Apetite global por painéis solares encolhe oferta de prata

Gálio e germânio são utilizados em uma variedade de produtos, incluindo chips de computador e painéis solares. Ambos estão na lista da União Europeia de matérias-primas críticas, consideradas "cruciais para a economia da Europa".

De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, a China é, de longe, a maior produtora mundial de gálio e uma das principais produtoras e exportadoras globais de germânio.

Novo round da guerra comercial

Esta medida é o mais recente episódio na batalha global para controlar a tecnologia de fabricação de chips, fundamental para uma variedade de aplicações que vão desde smartphones e carros autônomos até computação avançada e fabricação de armas.

A ação de Pequim ocorre dias após o governo holandês anunciar novas restrições à exportação de alguns equipamentos semicondutores, levando a uma resposta veemente de Pequim, segundo indica a Reuters.

As novas regras significam que a ASML (ASML), maior empresa de tecnologia da Europa, precisará solicitar licenças de exportação para produtos usados na fabricação de microchips.

Japão e Estados Unidos também tomaram medidas para limitar o acesso de empresas chinesas a chips e equipamentos de fabricação de chips.

No mês passado, a Itália impôs várias restrições ao maior acionista da Pirelli, a Sinochem, para bloquear o acesso do governo chinês à tecnologia de chips sensíveis.

Em um editorial publicado na segunda-feira pelo China Daily, um dos principais jornais estatais do país, insinuou-se que a nova política de Pequim era uma retaliação às ações semelhantes de Washington e seus aliados.

O anúncio das novas restrições à exportação da China ocorre na véspera de uma visita da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, a Pequim, de 6 a 9 de julho. Yellen se encontrará com altos funcionários do Partido Comunista, de acordo com uma declaração do Tesouro.

Acompanhe tudo sobre:ChinaGuerras comerciaisEstados Unidos (EUA)Chips

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes