Tecnologia

A nova cara da Catho é o engenheiro Claus Vieira

O engenheiro paulista Claus Vieira, 45 anos, comanda há pouco mais de um ano o site de empregos Catho. Em agosto, Claus conversou durante mais de uma hora com a VOCÊ S/A sobre os planos para a Catho e de seu desejo de ampliar os serviços no site

Claus Vieira, presidente da Catho: "Fechamos 800 contratações por dia. Um em cada cinco pessoas que assina o serviço da Catho consegue emprego." (Blog Catho)

Claus Vieira, presidente da Catho: "Fechamos 800 contratações por dia. Um em cada cinco pessoas que assina o serviço da Catho consegue emprego." (Blog Catho)

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José Eduardo Costa

Publicado em 17 de setembro de 2013 às 12h14.

São Paulo - O engenheiro paulista Claus Vieira, 45 anos, comanda há pouco mais de um ano o site de empregos Catho, que faturou 220 milhões de reais até o término de seu ano fiscal em 30 de julho. Em agosto, Claus conversou durante mais de uma hora com a VOCÊ S/A sobre os planos para a Catho e de seu desejo de ampliar os serviços no site.

 Novo ciclo

Em maio do ano passado, o grupo australiano Seek tomou o controle da Catho, ao adquirir 51% do seu capital. Com isso, nomeou uma nova administração. Foi aí que me contrataram, vim do mercado recrutado pela consultoria Korn/Ferry (Claus trabalhou no grupo Saint Gobain, no canal de TV a cabo Multinacanal da Nextel, no UOL e na Tecnoban).

Desde a minha chegada procuramos estabelecer as melhores práticas de governança. Todos os membros da gestão tiveram de assinar um código de ética e o FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), código antifraude americano – já preparando a empresa para uma eventual abertura de capital.

Em outubro do ano passado, fizemos um acordo com a Curriculum, cujo valor não posso revelar, e em janeiro deste ano, fizemos um acordo com a Gelre (A Catho havia sido acionada judicialmente por roubar currículos da base de dados das duas empresas; os processos se arrastavam na justiça brasileira desde 2002).

Foram valores bastante relevantes e um esforço da Catho para resolver os problemas do passado. Começamos um novo ciclo de contratações de novos executivos. Dos dez executivos que se reportam a mim, apenas um é da antiga equipe da Catho. 

Nova equipe e novos projetos

Para ajudar a montar a minha equipe, contratamos a Telma Souza, que foi VP de RH da telefônica GVT, que me ajudou a montar o time. Em seguida, recrutamos o Luis Testa, em setembro do ano passado, trazendo o know how do Vagas.com.br, uma empresa pequena com faturamento de 25 milhões de reais no ano passado, mas que tem uma imagem muito positiva no mercado.


O Testa trouxe as melhores práticas do Vagas.com.br para alavancar a receita vinda de empresas, já que o modelo de negócio do Vagas é focado em pessoa jurídica. Queremos alavancar nossa receita vinda de empresas.

 

Em janeiro, contratamos o Thyago Liberalli, ex-CTO da Boo Box. O Thyago veio ser o head de inovação e novas tecnologias da Catho. Ele está montando um time de engenheiros que vai ser responsável por melhorar a usabilidade do site e a inovar nossa plataforma. Estamos investindo um percetual minoritário da receita (de 220 milhões de reais no ano passado) em inovação.

Essa é uma área que não existia na Catho, estamos criando um mecanismo de inteligência para atualizar os perfis antigos (refresh de base passiva não atualizada via redes sociais e web), temos planos para lançar um agregador de vagas para novembro.

E estamos desenvolvendo iniciativas de Big Data para pessoas física e jurídica.  São quatro projetos, dois de curto prazo e dois de longo prazo (as iniciativas de Big Data). 

 

Em fevereiro trouxe o Alexandre Freitas, ex-diretor de marketing e vendas do UOL. Ele vai ser o responsável por tocar a área comercial para o segmento de varejo. Em maio recrutamos a Sandra Souto, fez carreira na Ticket, e vai ser nossa diretora comercial para o canal de empresas.

Por último, contratamos a Paula Vitale (ex-UOL) para assumir o Jurídico. Por fim, no comecinho de junho, trouxemos o Eduardo Thuler, que era o líder do Google Plus, em Mountain View, na Califórnia. O Eduardo vai ser o nosso líder para a área de produto.

 

Site novo

Fizemos um redesenho no site. Ele está menos poluído, mais leve, mais rápido e focado no que o usuário mais procura. Focamos nos "hot clicks", as áreas mais acessadas. As partes mais clicadas do site são de vagas por perfil e vagas por nível hierárquico, número de contratações.


Mas havia outros produtos que não tinham tanta visibilidade.  Buscamos trazer com o novo projeto as áreas de “learning” e orientação de carreira. O acesso a essas áreas aumentou.

 

Ponto de encontro entre empresas e candidatos

Queremos ser uma plataforma assertiva que apoie as empresas encontrarem os melhores candidatos e as pessoas encontrarem o melhor emprego. Temos duas obsessões: 1) escala, queremos ter todas as vagas possíveis dentro do nosso site, dentro do rigor vaga de triagem e auditoria; 2) relevância (entregar os melhores candidatos para as empresas e entregar o melhor emprego para o candidato).

 

Falsos empregos

Temos que ter um padrão ético elevado para não haver incentivos dos empregados da Catho a deixar vagas que não estejam abertas, de forma a ludibriar o assinante do nosso serviço. Estamos num mercado em que todas as empresas dizem que tem o maior banco de currículos e vagas.

Na prática, muitos sites não atualizam as vagas e mantém anúncios de emprego que não existem. Não há possibilidade de ter uma vaga no site da Catho que já esteja fechada. Checamos a idoneidade da empresa, checamos os dados da vaga antes dele ir para o ar. A vaga fica no ar em média em 52 dias. Fechou a vaga, tiramos do site.

 Contratações

Fechamos 800 contratações por dia. Um em cada cinco pessoas que assina o serviço da Catho consegue emprego. Nós somente reportamos as contratações que conseguimos mapear. Certamente mapeamos até 80% das contratações. Metade das contrações vem das entrevistas de emprego de assinantes pagantes.

Ao conseguir o emprego a pessoa cancela o serviço. Nosso time de atendimento entra em contato e ficamos sabendo que a pessoa conseguiu o emprego.

 

Menos empregos

Um ciclo de seleção de emprego demora entre três e seis meses. Estamos vivendo um momento de inflexão no mercado de trabalho. Até abril, o Brasil operava no pleno emprego, o que quer dizer que os nossos assinantes levavam em média cinco meses para se conseguir um emprego.

A geração de vagas a partir de maio, medida pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho), diminuiu. Com isso, começamos a ficar menos otimistas. Vemos uma tendência da taxa de desemprego subir.     

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