Richard Yu e o P20, da Huawei: fabricante chinesa vendeu 54 milhões de celulares no segundo trimestre, ultrapassando a americana Apple pela primeira vez (Gonzalo Fuentes/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 18h24.
Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 20h06.
São Paulo - Os smartphones chineses chegaram lá: igualaram Apple e Samsung em qualidade. Pelo menos é essa a visão de um número crescente de analistas e, aparentemente, também dos consumidores.
De acordo com as empresas de inteligência de mercado IDC, IHS Markit e Canalys a fabricante chinesa Huawei vendeu cerca de 54 milhões de smartphones no segundo trimestre deste ano, um aumento de 40% em relação mesmo período do ano passado. A Huawei é uma das chinesas que investem em celulares de todas as categorias, com foco nos modelos de ponta, com todos os recursos dos modelos topo de linha da companhia americana.
É a primeira vez que Huawei supera as vendas trimestrais da gigante Apple, fabricante do iPhone, que vendeu 41,3 milhões de aparelhos só conseguiu aumentar o montante em 1% em relação a 2017. Apesar disso, a empresa americana aumentou o faturamento em 20% na mesma comparação, já que o iPhone X, celular que comemora os 10 anos de lançamento do icônico aparelho, teve um custo mais elevado e aumentou os ganhos.
Não só a Apple fica acuada com a aproximação dos chineses, como a sul-coreana também. A Samsung, líder do mercado global na venda de smartphones, anunciou que vendeu 70 milhões de celulares no segundo trimestre deste ano, uma queda de 10% em relação a 2017.
“O crescimento contínuo da Huawei é impressionante, para dizer o mínimo. Assim como sua habilidade de entrar em mercados onde, até recentemente, a marca era vastamente desconhecida”, afirmou o analista da IDC Ryan Reith, em nota.
Boa parte do aumento da demanda por celulares da Huawei vem de casa. Na China, a empresa aumentou sua parcela em 6 pontos percentuais e já detém 27% do mercado de smartphones. A empresa afirma que teve “demanda forte” nos modelos P20 e P20 Pro, segmento de celulares premium da Huawei.
Mas as vendas também foram impulsionadas pelos aparelhos Honor, que são vendidos principalmente online a um baixo custo, o que aumentou a participação da Huawei no mercado de smartphones de baixo orçamento — esses modelos foram responsáveis por um quarto das vendas no período e ganham competitividade justamente por seu modelo de negócios de venda online.
De acordo com o IDC, o resultado foi suficiente para mudar o panorama global do mercado: agora a Huawei fica em segundo lugar com 15,8% da fatia, passando a Apple, dona de 12,1%, ainda atrás da Samsung que tem 20,9%.
Mas o segundo lugar pode não durar muito tempo: os próximos trimestres podem ser de vendas a todo vapor para a Apple, que anuncia novos modelos de iPhone em setembro, tradicional período do ano de demanda forte por seus produtos.