Tim Cook durante apresentação do Vision Pro (Justin Sullivan/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 13 de junho de 2024 às 10h22.
Para a Apple, a semana foi marcada pelo anúncio de sua parceria com a OpenAI no campo da inteligência artificial. Isso fez com que a companhia de Cupertino atingisse um valor de mercado de US$ 3,3 trilhões e se tornasse a empresa mais valiosa do mundo.
Mas nem tudo são flores na big tech liderada por Tim Cook. Segundo o New York Times, um aposta alta (e cara) da empresa ainda não mostrou a que veio.
A Apple não divulgou um números de vendas, mas estimativas de analistas do mercado sugerem que o Vision Pro foi um fracasso, vendendo menos unidades do que o esperado. As mídias sociais não estão fervilhando mais com vídeos de “Vision Bros” entusiasmados usando seus headsets em público, como aconteceu nos dias após o lançamento do dispositivo. Alguns dos primeiros usuários devolveram seus Vision Pros para reembolso, e alguns modelos já são encontrados por apenas US$ 2.500 em sites de revenda. Seu preço de lançamento foi de US$ 3.500.
Em sua conferência anual de desenvolvedores na segunda-feira, a Apple anunciou alguns novos recursos para o Vision Pro, incluindo uma nova versão de seu sistema operacional VisionOS, novos controles de gestos e uma maneira de transformar fotos antigas em “fotos espaciais” 3-D que podem ser visualizado no dispositivo. A Apple também disse que em breve começará a vender o Vision Pro em países como China, Japão e Grã-Bretanha. Será que isso será suficiente para reverter o quadro desanimador com aparelho?
Alguns fatores pesam contra o aparelho da Apple. Carregar uma bateria externa para o dispositivo não é funcional Além disso, não há uma boa maneira de inserir texto no Vision Pro - então, se você quiser usá-lo para qualquer tipo de trabalho baseado em texto, você precisa usar um teclado Bluetooth. O Vision Pro é compatível apenas com Magic Trackpad da Apple, não com mouses Bluetooth
O Vision Pro também ainda carece de alguns recursos básicos. Você não pode fazer ou receber chamadas com ele, como os usuários do iPhone fazem com o Mac e o iPad.
Mas a maior decepção com é a quantidade de poucos aplicativos bons que existem. Vários meses após seu lançamento, ainda não existe um aplicativo nativo do YouTube ou Netflix. Não há Spotify, nem Instagram. (Você ainda pode usar alguns desses serviços em um navegador da web ou usar aplicativos não oficiais de terceiros, mas é uma experiência pior.)
Alguns desses aplicativos não estão disponíveis devido a disputas internas entre empresas - Google e Meta, por exemplo, têm interesses próprios na realidade virtual e não querem dar um impulso ao produto da Apple criando aplicativos para ele. Mas outros resultam em falta de confiança. Os desenvolvedores não querem criar aplicativos para uma plataforma que ninguém usa. Apenas 2 mil apps foram desenvolvidos para o Vision Pro, disse a Apple na segunda-feira – o que explica a recepção morna do dispositivo.