Uso da internet pelas crianças se dá normalmente na escola, no domicílio, na lan house e pelo celular (Andreas Rentz/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2012 às 13h16.
São Paulo - O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou os resultados da primeira pesquisa TIC Kids Online Brasil, que visa levantar dados sobre as oportunidades on-line e o uso seguro da internet.
A pesquisa é resultado de um acordo entre o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) e a London School of Economics (LSE) para trazer para o Brasil a metodologia utilizada na pesquisa EU Kids Online, conduzida em 25 países da Europa em 2010.
O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) adaptou o modelo da pesquisa europeia à realidade brasileira, mantendo a comparabilidade com os resultados dos demais países. Foram realizadas 1.580 entrevistas com crianças/adolescentes de 9 a 16 anos e o mesmo número de pais.
A pesquisa mostrou que a frequência de uso da internet é elevada na faixa etária entre 9 e 16 anos: 47% usam a internet todos os dias ou quase todos os dias.
O uso da internet por esse perfil ocorre em uma variedade de locais. Destaque para o uso na escola (42%), no domicílio (40% dos entrevistados utilizam a internet na sala de casa ou outro ambiente coletivo do domicílio), na lan house (35%) e pelo celular, que é citado por 18% dos usuários de 9 a 16 anos.
Entre as atividades realizadas pela criança/adolescente na internet no mês anterior à pesquisa, as mais mencionadas são: “fazer trabalho escolar” (82%), “visitar uma rede social” (68%), “assistir vídeos no YouTube” (66%), “jogar on-line” (54%).
Atividades mais complexas ou interativas, como postar conteúdos, são menos citadas: 40% postaram fotos, vídeos ou músicas, 24% postaram uma mensagem em um site e 10% escreveram em blog.
Entre crianças e adolescentes de 9 a 16 anos, 70% possuem perfil próprio em rede social – 42% entre 9 e 10 anos e 83% de 15 a 16 anos. Entre os que possuem o próprio perfil, 42% são privados, configurado de forma que apenas os amigos consigam visualizá-lo.
Outros 31% permitem que contatos dos seus amigos também possam visualizar seu perfil, ou seja, é parcialmente privado. Ainda, 25% possuem perfis públicos, que podem ser visualizados por qualquer pessoa. Apenas 2% desconhecem a configuração do perfil na rede social.
Além disso, 54% dos usuários de internet disseram saber mudar as configurações de privacidade no perfil de rede social. 59% sabem bloquear as mensagens de uma pessoa e 44% declararam ser capazes de bloquear spam.
Já em relação a questões mais complexas, 55% declararam saber encontrar informações sobre como usar a internet com segurança e 41% sabem comparar diferentes sites para verificar se as informações são verdadeiras, o que aponta para os desafios de um uso seguro da rede.
Além disso, 23% dos usuários de 11 a 16 anos já tiveram contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente. Entre os que fizeram esse contato, cerca de um quarto declarou ter encontrado pessoalmente alguém que conheceu primeiro na internet.
Em relação às experiências vividas pelas crianças e adolescentes, 22% declararam ter passado por alguma situação de incômodo ou chateação nos últimos 12 meses. Entre esses, praticamente metade (47%) declarou que esse tipo de situação aconteceu na internet.
71% dos pais/responsáveis creem que os filhos usem a internet com segurança e 35% acham que os filhos são suficientemente capazes de lidar com situações que o incomodem na internet.
“Embora os pais sejam importantes mediadores das crianças e adolescentes no uso da internet, os resultados da pesquisa mostram que sua percepção dos riscos desse uso é baixa”, disse Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
Em agosto de 2012, o CERT.br divulgou um fascículo com dicas específicas de segurança em redes sociais. O material compõe a nova versão da Cartilha de Segurança para Internet.
Informações sobre iniciativas de segurança na internet são congregadas no site InternetSegura.