Tim Cook destacou que o tablet reúne o que há de mais avançado para a categoria (Kevork Djansezian/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2012 às 11h25.
São Paulo - Apple sacudiu novamente o mercado de tablets, esta semana, com a apresentação do novo iPad. Ao demonstrar o novo aparelho, com tela retina, processador gráfico mais potente e compatibilidade com redes 4G, o CEO da companhia, Tim Cook, cravou uma dúvida na mente da maioria dos aficionados pela marca e também nos que desejam se aventurar no mundo dos tablets: o novo iPad vale a pena?
Como é impossível dar uma resposta única para esta pergunta, pois há necessidades e anseios completamente diferentes em cada consumidor, a INFO separou os principais motivos favoráveis e desfavoráveis à adoção do novo gadget.
4 motivos pelos quais o novo iPad vale à pena
1 – Processador A5X
Durante a apresentação do novo iPad, Tim Cook destacou que o tablet reúne o que há de mais avançado para a categoria. Há, no entanto, uma inverdade nessa afirmação. O novo processador A5X mantém os mesmos dois núcleos da versão anterior. Seu principal diferencial são as quatro unidades de processamento gráfico.
O tablet Transformer Prime, da Asus, por exemplo, já possui um processador quad-core de 1,3 GHz e 12 núcleos de processamento gráfico. Ken Brown, porta-voz da Nvidia, criticou a apresentação da Apple por não apresentar os critérios de comparação entre o A5X e o Tegra 3. Durante a apresentação, Tim Cook afirmou que o novo processador A5X é 4 vezes mais rápido no processamento gráfico que seu concorrente Tegra 3. Mesmo com esses dados controversos, o processador representa uma evolução em relação ao iPad 2. Para os fãs de games e vídeos em alta definição, a atualização é mais que bem-vinda.
2 – Tela retina
A tela retina é a principal inovação do iPad. Com a impressionante densidade de 264 pixels por polegada, a qualidade de imagem é superior à apresentada na maioria dos televisores disponíveis no mercado, que trabalham com imagens Full HD (1.920 por 1.080 pixels). Isso significa que um vídeo em alta-definição seria exibido com contornos pretos na tela do novo iPad. Além da altíssima quantidade de pixels, a Apple promete uma maior taxa de contraste (na prática isso traz pretos mais pretos) e maior fidelidade nas cores.
3 – iSight
Ponto de críticas na versão anterior, a câmera passou por uma grande atualização. Com 5 megapixels, a nova iSight permite gravar vídeos em 1.080p a 30 quadros por segundo, conta com detecção de faces e estabilização de imagem. Com 0,7 megapixels, a câmera do iPad 2 oferecia uma qualidade desprezível.
4 – Rede LTE
A compatibilidade com a rede 4G é outro ponto forte. Ao contrário do HSPA+, que algumas operadoras brasileiras tratam como 4G, o Long Term Evolution (LTE) está se fixando como o principal padrão de alta velocidade para internet sem fio. Com uma grande malha de cobertura nos países que vão receber o iPad no dia 16 de março, a Apple se coloca na linha de frente da navegação de alto-desempenho.
4 motivos pelos quais o novo iPad não vale à pena
1 – Disponibilidade
O novo iPad chega às lojas no dia 16 de março nos Estados Unidos, Alemanha, França, Japão, Canadá, Inglaterra, Suíça, Hong Kong, Cingapura e Austrália. Uma semana depois, no dia 23, mais 26 países receberão o tablet. Ainda não há informações sobre o início das vendas no Brasil. O novo dispositivo pode ser beneficiado com a Medida Provisória 534, que reduziu a zero as alíquotas de PIS e Cofins incidentes sobre a venda de tablets produzidos no Brasil. Isso se o parque da Foxconn em Jundiaí for capaz de produzir o aparelho. Por esse motivo, quem quiser esperar o tablet produzido no Brasil chegar às lojas, poderá ter vantagens, como comprá-lo por um preço menor em seu próprio país e ter todas as garantias oferecidas pelo varejista.
2 – Armazenamento e nuvem
A tela retina pode trazer dores de cabeça ao mesmo tempo em que entrega ótima qualidade. A nova resolução exige uma qualidade maior dos produtores de conteúdo. Qualquer vídeo com resolução inferior a 1.080 pixels pode se transformar em um verdadeiro desastre na nova tela. O mesmo acontece com imagens. Um arquivo de uma revista eletrônica pode aumentar muito. Para que os HDs de 16, 32 ou 64 GB não encham rápido, o usuário deverá confiar no iCloud e na transferência com o PC para que o novo iPad não fique entupido. Com a velocidade da conexão 3G no Brasil, a transferência de um vídeo ou revista com alguns gigas a mais não vai ser bem recebida. Ainda não sabemos como será feita a conversão de aplicativos em baixa resolução (feitos para iPad 2). Mesmo com uma solução genial, isso pode trazer desconforto aos usuários enquanto os desenvolvedores não se adaptam.
3 – Brasil não tem 4G
Investir num dispositivo com suporte à conexão 4G LTE será um gasto com pouco proveito. Afinal, de acordo com a Anatel, só há previsão de redes LTE funcionarem no país no final de 2013. Mesmo assim, elas devem existir só nas grandes cidades, como São Paulo, Rio ou Brasília. Até 2013, provavelmente estaremos na quarta ou quinta geração do iPad. Vale lembrar, no entanto, que o novo iPad suporta redes HSPA+. Estas sim já existem no Brasil e oferecem qualidade de conexão bem superior ao 3G tradicional.
4 – Conectividade restrita
O iPad não possui uma simples porta USB, não possui um leitor de cartões SD e, para ser conectado à TV ou outros monitores precisa de um adaptador HDMI. Todos esses recursos que facilitam a vida do usuário já existem em tablets com Android com preços bem melhores que os do iPad.