Ford Fusion híbrido: o carro inclui o sistema Sync, que usa o smartphone para acesso à internet (Divulgação/Ford/Ford)
Maurício Grego
Publicado em 11 de abril de 2011 às 09h37.
São Paulo — Um estudo da empresa ABI Research mostra que a quantidade de carros que terão alguma forma de acesso à internet vai aumentar rapidamente nos próximos cinco anos. No final deste ano, haverá 45 milhões de automóveis conectados no mundo. Até 2016, esse número deve crescer para 210 milhões de veículos.
O acesso à internet será feito de várias maneiras, e com diferentes objetivos, dependendo do veículo. A ABI destaca quatro soluções que têm se espalhado no mercado. A primeira, mais óbvia, são os sistemas nativos de navegação por GPS, comunicação e entretenimento a bordo, como o Onstar, da General Motors, e o Connected Drive, da BMW. Por enquanto, eles são encontrados principalmente em carros de luxo.
Outra solução são os sistemas híbridos embarcados em alguns carros. Neles, o acesso à internet é feito através de um smartphone. Um exemplo é o sistema Sync, da Ford. Essa opção deve ter uso mais amplo. À medida que os smartphones se popularizam, ela vai aparecer em uma variedade cada vez maior de veículos.
A terceira solução é voltada para carros que não vêm da fábrica preparados para acesso à internet. São aparelhos híbridos instalados como acessórios, como alguns equipamentos de som da Pioneer e da Kenwood. Eles já oferecem acesso ao serviço Pandora, de rádio via internet, por meio de um smartphone conectado. No futuro, vão incluir outros serviços online.
A ABI também inclui, entre os caminhos para levar a internet ao carro, dispositivos de rastreamento e cobrança de pedágio. Os rastreadores, amplamente usados no Brasil, estão nessa categoria.
Vento a favor
Os analistas da ABI Research citam várias iniciativas que tendem a impulsionar a adoção do acesso à internet nos carros. Uma delas é o projeto europeu eCall, que tem o objetivo de implantar, nos automóveis, uma espécie de caixa preta que vai avisar automaticamente aos serviços de trânsito quando ocorrer um acidente. A previsão é que esse dispositivo seja instalado em todos os novos carros europeus de 2014 em diante.
No Brasil, depois de sucessivos adiamentos, deverá entrar em vigor, no segundo semestre, a resolução do Departamento Nacional de Trânsito que torna os rastreadores obrigatórios nos novos carros. A ABI também cita o interesse das companhias de seguro, que, no Brasil, são as principais responsáveis pela instalação desses rastreadores.
Em outros países, um dispositivo de identificação inteligente está sendo considerado para automatizar a cobrança de pedágio nas estradas. Já os fabricantes de automóveis e empresas de tecnologia veem a internet a bordo como uma oportunidade para oferecer serviços aos proprietários.
Microsoft e Toyota
Por vários caminhos, a indústria parece estar se mexendo com rapidez. A Microsoft, por exemplo, já tem parcerias com a Ford e a Toyota nessa área. A aliança com a Toyota, anunciada nesta semana, tem o objetivo de desenvolver carros conectados, com funções avançadas de navegação, comunicações e entretenimento a bordo.
Até 2015, Toyota e Microsoft esperam implantar um serviço de computação em nuvem que vai armazenar dados do usuário e do carro na internet. O motorista vai poder conferir as informações sobre o seu carro em qualquer lugar do mundo. O sistema também vai gerenciar o consumo de energia dos automóveis híbridos e da residência do usuário.