São Paulo - O tratamento de pacientes com câncer avançado no rim pode ganhar dois novos aliados. A boa notícia chega pelo trabalho de pesquisadores dos Estados Unidos, segundo divulgou o jornal The New York Times, ontem. Só neste ano, o câncer de rim deve matar mais de 14 mil pessoas apenas em solo norte-americano, segundo a American Cancer Society.
Em um dos estudos, pacientes com câncer renal avançado receberam a droga nivolumab, cujo nome comercial é Opdivo, e viveram por mais tempo do que os doentes que receberam o tratamento habitual com a droga everolimus, vendida por Afinitor . Ao todo, foram 821 pacientes participantes.
Por isso, a pesquisa comparativa teve até de ser interrompida para que os pacientes do grupo de comparação passassem a ser medicados com o nivolumab. O tempo médio de sobrevida dos pacientes tratados com nivolumab foi de 25 meses, contra 19,6 entre aqueles que receberam everolimus.
O segundo teste comparativo com o everolimus foi feito com a droga cabozantinib - de nome comercial Cometriq - e, mais uma vez, o novo medicamento se mostrou mais eficaz para retardar o crescimento do tumor no rim. O tempo médio de estagnação do tumor foi de 7,4 meses para a nova droga e de 3,8 meses para o everolimus.
Mas, ainda não se sabe se o cabozantinib, de fato, é capaz de prolongar a sobrevida dos pacientes, já que o estudo, feito com 658 doentes, também foi interrompido. As pesquisas foram financiadas pelos fabricantes das drogas: Bristol-Myers Squibb, produtora do nivolumab, e Exelixis, que fabrica o cabozantinib. As duas drogas já estão no mercado estadunidense.
Um dos líderes dos estudos, o médico Robert J. Motzer, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, considerou os resultados alcançados com o nivolumab um grande avanço com potencial impacto global no tratamento de câncer renal avançado. Os estudos foram apresentados ontem, em Viena, na Áustria.
O editorial do New England Journal of Medicine, que publicou dados das pesquisas, destaca que o nivolumab traz, certamente, um fôlego de esperança para os milhares de pacientes com doença, cujo tratamento, desde 2005, já foi turbinado com 7 novas drogas. Mas, a resposta ao tratamento ainda está longe de abranger metade dos pacientes com câncer avançado no rim. O percentual de pacientes que respondem ao tratamento com nivolumab está entre 20% a 25%. Já o percentual de doentes que reagiram positivamente ao cabozantinib foi de 21%, contra 5% para o everolimus.
-
1. Mitos e verdades
zoom_out_map
1/12 (Reprodução/YouTube/Voo Contra o Câncer)
São Paulo - Rancor causa câncer? Dormir perto do celular dá tumor? Boato é o que não falta. Descubra o que é verdade e o que é mentira sobre a doença nas fotos a seguir.
-
2. 1. Comida industrializada aumenta as chances de ter câncer?
zoom_out_map
2/12 (Alexey Aleshkin / Dreamstime)
Alimentos ultraprocessados, prontos para consumo, como biscoitos recheados, salgadinhos, frios à base de carne (presunto e mortadela, por exemplo), prontos para aquecer (lasanhas, pizzas congeladas, macarrão instantâneo) e bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos ou chás de caixa) contêm conservantes, sódio e substâncias químicas para realçar sabor e aroma - e tudo isso favorece o surgimento de vários tipos de tumor. Esses alimentos também têm muito mais açúcar, sal, gordura e calorias do que o recomendado.
-
3. 2. Pessoas rancorosas têm maior tendência a desenvolver um tumor?
zoom_out_map
3/12 (SXC.hu)
Não há evidência científica disso. A crença de que o humor tem relação com o câncer nasceu na Grécia. Hipócrates dizia que a saúde humana era regulada por quatro fluidos, chamados de humores. A bile negra era um deles, responsável pela depressão, e outro médico grego, Galeno, afirmou que o câncer resultava de uma superdose de bile no organismo. Mas não há comprovação de causa e efeito entre alteração de humor e câncer.
-
4. 3. Todo sinal na pele pode ser um câncer?
zoom_out_map
4/12 (Patrick T. Fallon/Bloomberg)
Não. Pintas na pele são normais, principalmente em quem tem pele clara. No entanto, marcas grandes, com mais de meio centímetro, mais de uma cor, formato irregular ou ainda as que crescem ou mudam de cor com o tempo são ameaças em potencial e devem ser examinadas por um médico. Marcas de nascença que apresentem essas características também precisam ser examinadas.
-
5. 4. Se a doença não voltar em 5 anos, a pessoa está curada do câncer?
zoom_out_map
5/12 (US National Cancer Institute/Reprodução)
Mito. A maioria das recidivas surge nos primeiros cinco anos após o tratamento, mas não é uma regra. O câncer nos testículos, por exemplo, não costuma retornar após dois anos do tratamento. Por outro lado, o câncer de mama, um dos mais comuns, pode voltar após 10 ou 15 anos, embora seja mais raro. No caso do câncer na tireoide, cerca de dois terços dos casos de reincidência ocorre até 10 anos após o primeiro tratamento, e há registros de pacientes que reviveram a doença décadas depois.
-
6. 5.Negros podem ter câncer de pele?
zoom_out_map
6/12 (Thinkstock)
Sim. A população brasileira é miscigenada, logo, não é raro encontrar negros com pai ou mãe brancos. Por isso, casos de câncer de pele que, geralmente, ocorrem em pessoas caucasianas porque decorrem de exposição solar excessiva, podem ser encontrados em afrodescendentes também. Entretanto, além de estarem expostos a esse mal, os negros, os orientais e os mediterrâneos podem desenvolver o câncer de pele nas regiões da palma da mão e da planta dos pés. Muito comum em pessoas acima dos 60 anos, ele começa com uma mancha escura ou acizentada na pele ou nas unhas e é, muitas vezes, ignorado. Manchas que mudam de cor ou de tamanho devem ser sempre examinadas.
-
7. 6. O câncer é hereditário?
zoom_out_map
7/12 (ThinkStock/Andrew Lever)
Em alguns casos, sim. A alteração genética que desencadeia a formação de um tumor pode ser herdada dos pais (mesmo que eles não tenham tido a doença), mas isso não significa certeza de ter um câncer. O BRCA1 e o BRCA2, por exemplo, são dois genes já conhecidos que, quando defeituosos, aumentam muito as chances de câncer de mama e ovário. Quem tem casos de câncer na família (principalmente mama, ovário, próstata, pâncreas, pulmão e fígado), especialmente parentes de primeiro grau, deve monitorar a saúde mais atentamente.
-
8. 7. Charuto ou cachimbo, em vez de cigarro, diminui as chances de tercâncer de boca?
zoom_out_map
8/12 (STOCK EXCHANGE)
Esses dois tipos de fumo tendem a ser vistos como alternativas mais saudáveis quando comparados ao cigarros industriais, mas não são - são até piores. O tabaco do charuto e do cachimbo é secado ao sol, o que causa mudança no pH da folha, deixando-a mais alcalina, ou seja, mais irritante que a do cigarro. O fumante não traga a fumaça, mas a deixa mais tempo na boca, e isso aumenta o risco de desenvolver cânceres orais. Além disso, os compostos tóxicos são mais facilmente absorvidos pela saliva, o que aumenta as chances de o fumante ter câncer de esôfago e de garganta.
-
9. 8. Dormir com o celular perto do corpo pode influenciar no aparecimento de câncer?
zoom_out_map
9/12 (Thinkstock)
É controverso. Embora alguns estudos apresentem estatísticas relacionando o uso de celulares a tumores, muita gente acha os resultados inconclusivos. Por outro lado, pesquisas apontam um número maior de casos entre pessoas que habitam próximo a antenas de telefonia. Na dúvida, não fique 24 horas grudado nele.
-
10. 9. Ficar perto ou cozinhar no micro-ondas dá câncer?
zoom_out_map
10/12 (John Lee / Stock Xchng)
Não. Durante o funcionamento, o micro-ondas gera uma vibração que provoca fricção entre as moléculas, gera calor, e esquenta a comida. Esse processo resulta em radiação não ionizante, presentes também em outros eletroeletrônicos como celulares, TVs e rádios.
-
11. 10. O câncer é contagioso?
zoom_out_map
11/12 (Charley Gallay/Getty Images)
Não. O câncer é originado de um problema genético: um defeito no DNA da célula de algum tecido provoca a reprodução desordenada delas, formando um tumor. Um dos fatores que aumenta as chances dessa mutação do gene é a infecção por um vírus, como o HPV (que pode levar ao câncer do colo do útero) e a hepatite (que pode desencadear câncer de fígado). Os vírus são contagiosos, mas o câncer propriamente, não.
-
12. Veja agora 28 curiosidades sobre o WhatsApp que talvez você não saiba
zoom_out_map
12/12 (Divulgação/AdNews)