Segundo a Nasa, 9 dos 10 anos mais quentes da história foram registrados a partir do ano 2000 (Amit Dave/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2015 às 18h42.
Brasília - O primeiro semestre de 2015 é o mais quente da história para o período desde que os dados sobre a temperatura global começaram a ser coletados, em 1880.
As temperaturas medidas nos meses de março, maio e junho deste ano bateram recorde como as mais quentes, se comparadas aos anos anteriores.
Entre os meses de janeiro e junho, a média das temperaturas continental e oceânica estava em 0.85° Celsius acima da média do século 20 para essa época do ano.
As informações foram divulgadas esta semana pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) e confirmadas pela Agência Espacial Americana (Nasa) e a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
Em junho, a temperatura média continental e oceânica estava 0.88°C acima da média para o mesmo mês no século passado, ultrapassando o recorde de junho de 2014 em 0.12°C.
Segundo a Nasa, 9 dos 10 anos mais quentes da história foram registrados a partir do ano 2000.
A previsão dos órgãos de meteorologia da Austrália, Japão e Estados Unidos é que o ano de 2015 será o ano mais quente da série histórica.
Uma das possíveis explicações é a intensificação do fenômeno El Niño, que altera o clima globalmente ao transferir grande quantidade de calor da zona tropical do Oceano Pacífico para outros locais do planeta, a partir da alteração da temperatura da superfície da água.
O Escritório de Meteorologia da Austrália confirmou hoje que o fenômeno El Niño de 2015 continua se fortalecendo. Segundo o órgão, ventos alísios mais fracos na zona tropical do Pacífico resultaram no maior aquecimento das águas da região.
A Austrália acompanha a oscilação do El Niño e verificou aumento médio de mais de 1ºC por 10 semanas seguidas na superfície da água, duas semanas a mais que o recorde registrado em 1997.
De acordo com simulações feitas em diversos modelos climáticos internacionais, o El Niño vai ficar mais forte este ano e deve persistir até o início de 2016.