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1. Arquitetura desconstrutivista
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1/10 (Getty Images)
São Paulo – Ousadia nas formas e movimento são traços marcantes das obras de Zaha Hadid, uma das mais influentes e premiadas arquitetas da atualidade. Nascida no Iraque, é uma das expoentes da corrente desconstrutivista, marcada pela fragmentação e pela não-linearidade nos projetos. Entre as dezenas de prêmios que acumula, Zaha foi a primeira mulher a conquistar o Prêmio Pritzker de Arquitetura – uma espécie de Nobel da área – em 2004. Nesta terça-feira (21/6), um de seus projetos mais recentes abriu as portas. É o Glasgow Riverside Museum of Transport, um museu dedicado a transportes e tecnologia, na Escócia. Confira a seguir este e outros projetos de tirar o fôlego assinados por Zaha Hadid.
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2. Riverside Museum é o elo entre o rio Clyde e Glasgow
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2/10 (Hufton Crow / Divulgação)
Como se fosse um rio sólido, o telhado do prédio do Glasgow Riverside Museum of Transport é cheio de curvas, que, nas fachadas, se transformam em linhas mais retas e pontudas. Idealizado em 2004, o projeto arquitetônico criado pela Zaha Hadid Architects foi aberto ao público nesta terça-feira (21/6). A obra fica ao lado do rio Clyde, em Glasgow, na Escócia, e foi pensada para ser uma ligação desse canal fluvial com a cidade - é por isso que o Riverside Museum é aberto nas duas extremidades. Por dentro, curvas em sua estrutura fazem com que o visitante transite de forma fluida pelas cerca de 3.000 peças ligadas à história do transporte e da tecnologia na cidade. Para tirar o projeto do papel, o governo escocês gastou nada menos do que 74 milhões de libras. Apesar do desembolso, a entrada será gratuita.
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3. Uma moderna pista para salto de esqui
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3/10 (Wikimedia Commons)
A cerca de 750 metros do nível do mar, bem em cima da montanha Bergisel, na Áustria, Zaha Hadid ergueu a Bergisel Ski Jump. Inaugurada em 2002, essa pista para competições de salto em esqui substituiu a antiga estrutura, que já não atendia aos padrões internacionais, na cidade de Innsbruck. O projeto começou a virar realidade em 1999, quando a Zaha Hadid Architects ganhou o concurso internacional de projetos para a nova pista. Sua estrutura é a combinação de uma torre e uma ponte, com 90 metros de largura e quase 50 metros de altura. Além de palco de competições, a construção ainda tem um café e um terraço panorâmico, de onde é possível apreciar a vista da cidade e perder o fôlego com os saltos dos esquiadores.
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4. Estação anti-incêndio com cara de obra de arte
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4/10 (Wikimedia Commons)
O Vitra Campus, complexo fabril da empresa de móveis e objetos de design Vitra, é o lugar ideal para abrigar uma obra de Zaha Hadid. O campus fica na cidade alemã de Weil am Rhein e tem prédios desenhados por grandes nomes da arquitetura, como Nicholas Grimshaw, Alvaro Siza e Frank Gehry, além de Zaha. A iraquiana foi responsável pela arquitetura da Vitra Fire Station, a unidade responsável por prevenir incêndios no complexo. Finalizada em 1994, a obra foi pensada para que seu design ficasse em harmonia com o resto dos prédios do complexo. O edifício longo e estreito fica em uma das extremidades do terreno, servindo como borda do campus, por isso Zaha criou uma série linear, feita de camadas de paredes, que só revelam o interior quando olhadas do ângulo perpendicular.
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5. Exposição itinerante da Chanel com um ar futurista
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5/10 (Francois Lacour, cortesia do Institut du Monde Arabe)
Inspirada na obra da Chanel, Zaha Hadid criou o Chanel Mobile Art Pavilion. O pavilhão abrigou, entre 2008 e 2010, uma mostra de quase 20 artistas também inspirados na cultura e no impacto que a marca gerou desde os anos 20, quando foi criada. Assim como os trabalhos da Chanel, o pavilhão é um conjunto coeso e elegante, feito de forma estratificada e com detalhes requintados. Com ar futurista, o prédio de 700 metros quadrados é composto por elementos que formam um arco contínuo, com um pátio central onde os visitantes podem se reunir depois de verem as obras. A iluminação (interna e externa) e as aberturas no teto ressaltam as formas circulares e enfatizam a visão em perspectiva do ambiente. Por ser itinerante, o prédio foi feito com uma estrutura de aço que pode ser erguida em uma semana. O Chanel Mobile Art Pavilion passou por Hong Kong, Tokyo, Nova York e Paris.
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6. Um centro de arte formado por um “tapete urbano”
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6/10 (Timothy Brown / Flickr Commons)
Parecido com a vista de cima dos prédios, o Lois & Richard Rosenthal Center for Contemporary Art foi o primeiro edifício independente do Contemporary Arts Center, uma instituição americana de Cincinnati voltada para as artes visuais contemporâneas. Para dar a impressão de dinamismo e de continuidade entre o espaço interno e externo, Zaha Hadid desenhou as paredes do fundo do prédio em continuidade com a calçada. É como se alguém tivesse levantado o “tapete” da rua e, com a reorganização dos blocos levantados, dado origem ao edifício. O lugar foi inaugurado em 2003 e abriga exposições temporárias, tem espaço para performances, ensino e preparação para arte, escritórios, café e loja do museu.
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7. Maxxi, o primeiro museu de arte contemporânea de Roma
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7/10 (Dalbera/Flickr Commons)
Cercada pela arte clássica, a cidade italiana de Roma ganhou, em 2009, seu primeiro museu de arte contemporânea, projetado por Zaha Hadid. O Maxxi (Museo Nazionale delle arti del XXI secolo) demorou 11 anos para ser concluído. Sua concepção ultrapassou a intenção de criar um lugar para expor arte contemporânea. Os idealizadores queriam transformar o espaço em um workshop de pesquisas para diferentes linguagens contemporâneas de design, moda e cinema. Tudo isso para dialogar com a arte e a arquitetura, seguindo as três palavras-chave do museu: inovação, multiculturalismo e interdisciplinaridade. Com 29.000 metros quadrados e custo total de aproximadamente 175 milhões de dólares, o edifício é o primeiro de estilo contemporâneo construído no centro histórico de Roma, desde a época do fascismo. A mistura de concreto, ferro e vidro predominantes na estrutura do museu são, ao mesmo tempo, um contraste e um complemento à paisagem antiga da cidade.
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8. Obra ajuda Chicago a se reinventar em seu centenário
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8/10 (Thomas Grey / Divulgação)
O aspecto de casulo dado pela equipe Zaha Hadids Architects ao Burnham Pavilion, instalado no Millennium Park, em Chicago, em 2009, remete à ideia de reinvenção da cidade e ao futuro. Criada para a comemoração do centenário da cidade, a instalação tinha apresentações multimídia sobre a história de Chicago e, do lado de fora, um espetáculo à parte, com luzes coloridas sobre as paredes externas. A estrutura do Burnham Pavilion foi feita de alumínio dobrado e soldado, para dar a ele o aspecto curvilíneo. A área total usada pela instalação foi 120 metros quadrados. Apesar de ter sido uma obra com prazo de validade, ela ainda pode ser levantada futuramente, em qualquer lugar, para evitar o desperdício do material.
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9. Uma ponte que também é exposição interativa
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9/10 (Alberto P. Veiga / Flickr Commons)
A Zaragoza Bridge Pavilion é do tipo de criação “dois em um”. Ao mesmo tempo em que serviu de porta de entrada para a Expo Zaragoza 2008, ano em que foi inaugurada, a ponte também abrigou uma exposição interativa. Entre os assuntos levantados foi a falta de recursos hídricos nos próximos anos e questões ligadas a sustentabilidade. A Bridge Pavilion foi projetada diagonalmente sobre as margens do rio Ebro, na Espanha. O desenho foi inspirado na forma de um diamante cortado, envolto por uma espécie de pele formada por escamas sobrepostas, que permitem o fluxo de ar também por dentro do ambiente.
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10. Um centro de ciências onde a arquitetura é arte mesmo
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10/10 (Linda / Flickr Commons)
Próximo a várias construções importantes da cidade de Wolfsburg, na Alemanha, o centro interativo de ciência Phaeno Science Center é passagem obrigatória de turistas interessados em arquitetura. O centro foi idealizado em 1998, para atrair mais pessoas para a cidade. Em vez de construir um museu de arte, as autoridades preferiram fazer um centro de ciência, para não competir com o Wolfsburg Kunst Museum. Em 2005, o Phaeno Science Center ficou pronto, sob a autoria da equipe liderada por Zaha Hadid. O prédio foi construído com um alto grau de transparência e porosidade. Uma espécie de cratera artificial dentro do edifício permite uma visão diagonal de diferentes níveis e setores da exposição. Além disso, os buracos cobertos por vidro nas paredes da construção fazem a conexão entre a área interna e externa.