Tecnologia

10 dicas para não cair em ciladas na Black Friday

Não é só o comprador assíduo que aproveita as promoções


	Mulher usa o computador: o cibercrime também vê boas oportunidades na Black Friday
 (Getty Images)

Mulher usa o computador: o cibercrime também vê boas oportunidades na Black Friday (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 18h32.

São Paulo - Realizada no Brasil desde 2012, a Black Friday é uma data potencialmente ótima para consumidores ávidos por uma promoção.

Neste ano, lojas e plataformas de e-commerce atuantes por aqui prometem descontos de até 80% em vários produtos (novos e nem tão novos), assegurando que, desta vez, eles serão para valer.

Mas não é só o comprador assíduo que aproveita as promoções – o cibercrime também vê boas oportunidades.

“O que acontece é que, assim como em outras datas, os riscos de se cair um golpe aumentam devido ao crescimento na proporção de compras realizadas no período”, explicou a INFO a advogada Gisele Arantes, especialista em direito digital do escritório Assis e Mendes.

São tentativas de fraude por todos os lados. Seja nas redes sociais ou via e-mail, criminosos tentam atrair a atenção de potenciais vítimas com anúncios de promoções, tudo para roubar dados de internautas desavisados.

Mas para que você não seja um deles e não caia em uma cilada, dando o CPF ou o número do cartão de crédito a um mal-intencionado, INFO reuniu dez dicas bem úteis de segurança para a Black Friday.

Elas também valem para qualquer outra ocasião em que você for comprar algo online, e ajudam até a fugir de promoções fajutas de uma eventual "Black Fraude". Confira a lista:

1 – Ofertas que chegam por e-mail: já populares no Brasil, golpes baseados em phishing se tornam ainda mais comuns na Black Friday e em datas comemorativas – basta ver a quantidade de e-mails de ofertas que devem ter ido parar na sua caixa de spam.

Mas mesmo que alguma das mensagens com promoções não tenha sido considerada lixo pelo Gmail, por exemplo, desconfie.

Thiago Hyppolito, engenheiro da McAfee, recomenda que você não clique nos links do e-mail.

Prefira sempre acessar o site da loja no navegador, e por ali procure o produto anunciado para ver se a promoção é aquela mesmo.

E Mariano Sumrell, diretor na AVG, reforça que é preciso ter esse mesmo cuidado nas redes sociais, visto que o phishing também aparece em anúncios do Facebook.

2 – Entre no site correto: se você ainda assim clicou no anúncio – talvez porque ele tenha vindo de um e-mail confiável –, confira o endereço da página aberta.

Segundo Hyppolito, qualquer variação na URL, como o “walmart2014.com.br” que apareceu mais para o meio do ano, indica que o site é falso e deve ser evitado.

Aliás, a dica aqui também é válida: mesmo que a mensagem tenha vindo de um amigo, tome cuidado. A conta pode ter sido invadida e usada para enviar spams.

3 – Cheque reclamações prévias: dê sempre preferência a sites de confiança.

Caso você ache a loja suspeita, segundo Sumrell, o ReclameAqui é um grande aliado: é bom evitar lojas com muitas reclamações de clientes, especialmente caso elas não tenham sido resolvidos.

4 – A página é segura? A loja tem boa reputação e o site parece ser o correto? Ótimo.

Mas como também alerta Sumrell, antes de informar seus dados, veja se a barra de URL vem acompanhada de um cadeado e clique nele.

Se o certificado que aparecer ali for válido, é sinal de que a página é a autêntica e ainda oferece uma conexão segura, criptografada – ou seja, os dados que você enviar à loja estarão protegidos, que quem quer que estiver bisbilhotando o tráfego não conseguirá ver nada.

O cadeado é importante especialmente na página em que você for digitar os dados do cartão de crédito.

Se o endereço não for protegido e você estiver desconfiado, talvez seja uma boa procurar outra loja.

5 – Prefira o que é seu: não faça compras em computadores públicos ou mesmo de terceiros, porque você normalmente não vai saber o que já passou por ali.

Evite também conexões Wi-Fi abertas, que estão suscetíveis à ação de criminosos.

Use a internet da sua casa ou de algum lugar de confiança e também prefira sua própria máquina ou a de algum lugar que você conheça.

Nelas, a advogada Gisele recomenda que você se certifique de que o antivírus está atualizado – e o mesmo vale para outras soluções de segurança e para o próprio sistema.

6 – Fuja de perfis falsos e ofertas boas demais: desconfie de tudo que é bom demais para ser verdade, como os perfis falsos de lojas que começaram a pipocar no Instagram pouco antes da Black Friday deste ano.

Por melhor que possa parecer, as lojas não darão cupons de 600 reais os 1 500 primeiros que republicarem um printscreen na própria conta.

De acordo com Hyppolito, esses perfis fazem promoções assim para atrair seguidores e depois tentar passar algum golpe e roubar dados.

7 – Cartão de crédito ou boleto? Aqui as opiniões divergem. Gisele levantou os pontos positivos e negativos de cada um: usar o boleto evita que você tenha que informações pessoais aos sites, mas são inconvenientes na hora de pagar.

Fora que, como lembrou Hyppolito, não dá para descartar o risco de um malware que altera códigos de barra.

Vale conferir algumas dicas em relação a isso aqui. O cartão de crédito, por sua vez, é mais prático, mas é preciso se certificar de que todas as medidas de segurança apropriadas foram tomadas.

Fora isso, a tarjeta ganha na facilidade na hora de cancelar uma compra, caso o golpe tenha sido comprovado.

E se for preciso cancelar o cartão, vale seguir a dica de Sumrell: ter um para usar apenas nas compras online.

Ainda assim, na dúvida, a advogada recomenda o uso de mediadores de pagamento, como PagSeguro, BoaCompra e PayPal.

8 – Não cadastre o cartão: Sumrell e Gisele não recomendam deixar as informações de cartão memorizadas em um site, por mais prático que isso seja.

A advogada ressalta que os servidores sempre correrão o risco de ser invadidos e a informações, vazadas – como já aconteceu com a rede de lojas norte-americana Target, por exemplo.

É mais uma precaução. Também é bom tomar cuidado na hora de fornecer dados de forma geral, aliás.

Sites mais preocupados com segurança só vão pedi-los na hora de fechar a compra mesmo.

9 – Use plugins e comparadores de preços: para evitar transtornos posteriores, a dica final é apelar para plugins e comparadores de preços.

O Baixou Agora (versão para Chrome) ganhou popularidade nas últimas Black Fridays por mostrar o histórico dos valores de um produto no decorrer do ano – o que ajuda a conferir se o desconto apresentado na data é realmente bom.

Fora ele, o tradicional Buscapé e o Bizoo fazem comparações similares, assim como o Zoom.

Vale checá-los antes de fechar uma compra – e também conferir a lista de lojas não recomendadas pelo Procon.

10 – Foi lesado? Saiba a quem recorrer: neste ano, a Câmara do Comércio Eletrônico no Brasil (Câmara e-net) distribuiu selos que sinalizam a adoção de boas práticas pelas empresas.

Lojas que o apresentam na página inicial assumiram o compromisso de não fraudar os descontos, como aconteceu em grande escala em 2012 e até no ano passado, como lembrou Gisele.

Mas como em 2014 a adoção foi surpreendente grande, a preocupação com esses “golpes” pode até diminuir.

Mas lojas que tentam dá-los sempre existirão, e segundo a advogada, os direitos do consumidor são garantidos aqui.

Entrar no Procon, no Tribunal de Pequenas Causas ou mesmo criticar no ReclameAqui são soluções que, se não trazem o dinheiro de volta, ao menos ajudam a manchar a imagem da marca que tentou passar a perna no consumidor.

Acompanhe tudo sobre:Black FridayConsumidorese-commerceLiquidações

Mais de Tecnologia

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site

Xerox compra fabricante de impressoras Lexmark por US$ 1,5 bilhão

Telegram agora é lucrativo, diz CEO Pavel Durov

O futuro dos jogos: Geração Z domina esportes eletrônicos com smartphones e prêmios milionários