Renan Brandão, diretor de gente da YDUQS: "No último ano, soubemos de mais de 50 ações de diversidade que foram feitas em áreas da empresa e que não partiram do RH" (YDUQS/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
Numa empresa de educação com perfis tão diferentes de estudantes, a diversidade precisa ser uma estratégia localizada no cerne da estrutura da operação. A Yduqs, dona de marcas como as faculdades Estácio e Ibmec, que o diga. “A diversidade não é só algo que a gente adota, é parte da nossa essência”, diz Eduardo Parente, CEO da companhia. Por ali, 80% dos funcionários administrativos são ex-alunos, e há programas específicos de inclusão. Um exemplo é o programa de trainee para pessoas pretas. A primeira turma já conta com 88% de aproveitamento — ou seja, contratação após os 12 meses do programa.
Na agenda de políticas de inclusão de gênero, a empresa implantou nos últimos anos a licença parental para casais homoafetivos e o home office obrigatório após o retorno da licença-maternidade. “Quando começamos a ouvir mais sobre as questões de diversidade, percebemos que, apesar de já termos números bons, ainda havia muito a ser feito sobre inclusão”, diz Parente. “Não basta ser diverso, é preciso garantir que todos se sintam incluídos.”
Ao fazer isso, a Yduqs não garante apenas um selo de empresa diversa, mas também consegue atender seus estudantes de uma maneira mais adequada. “Mais de 50% dos nossos alunos são pretos, por exemplo. É preciso ter um quadro de funcionários diverso porque eles atenderão, também, pessoas diversas. É um reflexo natural da nossa atuação”, afirma. Uma política que começou a ser acompanhada mais de perto nos últimos quatro anos e que hoje já é vista como vitoriosa dentro da empresa. “No último ano, soubemos de mais de 50 ações de diversidade que foram feitas em áreas da empresa e que não partiram do RH”, diz Renan Brandão, diretor de gente da companhia.
Para além da diversidade, a empresa se destaca pelo jeito que desenvolve os 16.000 talentos que estão dentro da companhia. Hoje, há cerca de 300 cursos assíncronos gratuitos de desenvolvimento de carreira à disposição dos funcionários. A empresa realiza ações de gamificação, com quizzes que oferecem prêmios, para incentivar a participação nos cursos. Além disso, há bolsas integrais de graduação e pós-graduação na Estácio. E esses são só alguns dos benefícios, que incluem, também, auxílio-casamento e descontos em mais de 100 lojas.
Nessa toada, entre diversidade e desenvolvimento, a Yduqs consegue ser uma marca empregadora. “As pessoas querem trabalhar aqui”, diz Parente. Tudo isso mesmo num setor que passou por fortes crises nos últimos dez anos, com restrição de financiamento público para estudantes e aumento da concorrência. “Atravessamos esse inverno e hoje temos uma solidez financeira muito diferente da do setor como um todo. É por isso que me permito gastar mais de 30% do meu tempo com questões de longo prazo que são fundamentais, entre elas a inclusão e o desenvolvimento dos funcionários”, diz o CEO da empresa, cuja receita superou 5,1 bilhões de reais no ano passado, alta de 13% em 12 meses.