Feira para empreendedores: a vontade de arriscar dos brasileiros revela expectativa de um cenário mais favorável
Natália Flach
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 04h18.
Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 10h34.
NEGÓCIOS
O brasileiro médio é mais ou menos disposto a se arriscar na abertura de negócios do que outros povos? Um recente estudo feito pelo instituto Ipsos com 18.000 pessoas esquadrinhou o espírito empreendedor em 24 países e mostra como nos situamos comparativamente. O levantamento elencou uma série de atributos, como disciplina e flexibilidade, e pediu aos entrevistados que destacassem aqueles que melhor os descrevessem. Desse material surgiu um índice que aponta que três em cada dez pessoas nesse grupo de nações têm espírito empreendedor, sendo que, no México, chegam a ser quase seis em cada dez.
O Brasil fica um pouco abaixo da média mundial. Mesmo assim, a probabilidade de empreender aqui é uma das mais altas na amostra: 43% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa pretendem abrir um negócio até 2020. “Isso mostra que esperam um cenário mais favorável nos próximos anos”, diz Rupak Patitunda, gerente de opinião pública do Ipsos. Por sua vez, o Japão tem a população com menor ímpeto empreendedor. “Os japoneses não costumam se autodeclarar ambiciosos, até por uma questão cultural. Além disso, a concorrência com empresas já consolidadas é muito grande por lá, o que inibe o pequeno empreendedor a se arriscar.”
ATENDIMENTO
Quase metade das empresas brasileiras investiu mais no relacionamento com os clientes em 2018 e, consequentemente, acredita que melhorou sua comunicação com o público. O problema é que, na percepção dos consumidores, o atendimento permanece mediano ou é simplesmente ruim. Essas conclusões estão no estudo As Tendências na Experiência do Consumidor 2019, elaborado pela startup Octadesk e pela consultoria MindMiners, que ouviram 380 executivos e 500 consumidores país afora.
O assunto é levado a sério pelos gestores de negócios: o atendimento é o segundo fator que faz um cliente comprar novamente de uma empresa, perdendo apenas para a qualidade do produto, segundo a pesquisa. O preço fica na terceira colocação desse ranking. “Não adianta só investir em campanhas e não conseguir reter os clientes. As companhias brasileiras precisam ter um olhar mais clínico de como entregar melhor e perpetuar essa relação”, diz Rodrigo Ricco, presidente da Octadesk.