Prédios de frente para a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (João Prudente/Pulsar Imagens/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 05h00.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 08h16.
IMÓVEIS
UM BOM NEGÓCIO, MAS NÃO NO RIO
Com a queda dos juros e o início da recuperação do mercado de imóveis, os analistas têm recomendado investir em fundos imobiliários — desde que não tenham nada a ver com o Rio de Janeiro. Enquanto os fundos imobiliários renderam, em média, 16% nos últimos 12 meses, alguns dos que investem em prédios comerciais no Rio deram prejuízo aos investidores nesse período.
Com a crise que assola o estado, muitas empresas reduziram suas equipes ou saíram de vez do Rio, o que diminuiu a demanda por escritórios. Além disso, há novos prédios comerciais sendo entregues, o que contribui para aumentar as taxas de vacância e manter os preços baixos.
O fundo Presidente Vargas, que investe em duas torres comerciais no centro do Rio (uma delas está vazia), perdeu 11% desde fevereiro de 2017, considerando a variação das cotas e a distribuição de dividendos. Já o fundo Edifício Galeria acumula uma queda de quase 9%. A taxa de desocupação dos imóveis do fundo é de 33% — duas novas locações foram anunciadas desde novembro, mas os contratos preveem uma carência para o início do pagamento dos aluguéis.
No fundo Almirante Barroso, boatos de que um inquilino, a Caixa Econômica Federal, poderia mudar de endereço empurraram as cotas para baixo (a perda chega a 7% em 12 meses). “Esses fundos estão sendo negociados com desconto, mas, como não existe perspectiva de melhora de cenário no Rio, é melhor investir em prédios comerciais em São Paulo”, diz Bruno Nardo, sócio da gestora RBR, especializada no setor.
PARA LEMBRAR
ITAÚ
Entre os bancos que divulgaram os resultados de 2017, o Santander foi o que mais elevou o lucro, 36%. Mas o preferido dos analistas é o Itaú. Enquanto há dúvidas sobre se o Santander será capaz de manter o ritmo de expansão, para o Itaú as perspectivas são positivas. Seu lucro cresceu 12% em 2017, a inadimplência caiu e a rentabilidade chegou a 22%, a maior entre os grandes bancos. O Itaú ainda anunciou que vai distribuir 17,6 bilhões de reais em dividendos, maior valor já pago em um ano por uma empresa aberta no país.
ATENÇÃO
LOJAS AMERICANAS
O resultado da rede de varejo Lojas Americanas veio abaixo do esperado
no terceiro trimestre, e a maioria dos analistas não espera melhoras no balanço do ano de 2017, previsto para ser divulgado no início de março. Como a empresa abriu lojas, a geração de caixa deve cair. Além disso, as vendas têm crescido abaixo da média do varejo. As ações já caíram 9% neste ano, mais do que a baixa de 5% do índice que acompanha os papéis do setor de consumo.
BITCOIN
O QUE PODE PÔR FIM À LOUCURA
Em três meses, de novembro de 2017 a fevereiro deste ano, a cotação de um bitcoin saiu de 6 000 dólares, chegou a 20 000 dólares e atualmente vale cerca de 8 000 dólares. Na opinião de Anderson Nery, que está criando uma bolsa para negociar moedas virtuais no Brasil, o bitcoin só vai parar de oscilar tanto quando começar a ser usado de fato como um meio de pagamento. “Só então será possível entender a relevância da moeda para a economia mundial e estimar seu valor. Até lá, o preço é arbitrário”, diz. Antes de lançar a bolsa, chamada Wuzu, Nery foi analista do fundo de pensão da empresa de energia Copel e especialista de investimentos do banco Itaú. Para esse cenário se tornar realidade, porém, a velocidade de processamento da transação precisa aumentar muito — hoje, cada operação leva cerca de 30 minutos.
TÍTULOS PÚBLICOS
A VANTAGEM DOS PREFIXADOS
O Banco Central, presidido por Ilan Goldfajn, reduziu os juros pela 11a vez consecutiva em fevereiro. As taxas estão em 6,75% ao ano, mas alguns títulos públicos rendem mais do que isso. Os papéis prefixados (que determinam hoje o retorno que será pago no futuro) com vencimento em 2021 oferecem um rendimento de 8,8% ao ano. Os que vencem em 2025 pagam 9,9%. “A vantagem é que o investidor sabe exatamente quanto vai receber”, diz Fabricio Tota, responsável pela plataforma de negociação da corretora Socopa. O problema é que, se os juros voltarem a subir, o investidor ficará “preso” a um papel com rentabilidade inferior. Para reduzir o risco, os analistas recomendam aplicar em títulos de prazo mais curto. “Neste momento, a taxa dos papéis que vencem em 2021 é interessante”, diz Roberto Indech, analista-chefe da empresa de investimento Rico.