Rua de comércio em Frankfurt, na Alemanha: o aumento do consumo no país ajudou a economia a se recuperar no primeiro trimestre | Martin Moxter/imageBroker/AGB Photo
Filipe Serrano
Publicado em 23 de maio de 2019 às 04h58.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 16h44.
A recente divulgação dos dados sobre o produto interno bruto dos países da zona do euro trouxe uma sensação de alívio para a região. Nos primeiros três meses do ano, as economias dessa área parecem ter engatado uma marcha de crescimento maior do que vinham registrando desde meados do ano passado. A boa notícia vem, principalmente, da Alemanha, maior economia da Europa e uma espécie de motor do bloco. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a economia alemã teve um crescimento de 0,4% (e de 0,7% em relação ao primeiro trimestre de 2018). Nada mal para quem vinha de dois trimestres decepcionantes, com resultados negativos.
Uma segunda boa novidade é, surpreendentemente, a Itália, que há anos tem sido uma fonte de problemas. No primeiro trimestre, ela também voltou a crescer. Ainda que o ritmo continue a ser baixo, é o maior crescimento da economia italiana em quase dois anos. Para os analistas da seguradora de crédito francesa Coface, a mudança tem razões internas e é puxada pelo aumento dos investimentos, especialmente no setor de construção. O maior consumo das famílias na Alemanha, graças ao aumento dos salários locais, também ajudou. No entanto, a Coface alerta que a mudança de direção pode ser passageira, uma vez que o acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China tende a trazer prejuízos para as empresas europeias que vendem produtos a ambos os países.
IRÃ
A escalada da crise entre os Estados Unidos e o Irã tem provocado um custo alto para a economia do país do Oriente Médio. As sanções impostas pelo governo americano fizeram as exportações de petróleo cair pela metade em um ano, atingindo em cheio o principal setor da economia iraniana. Depois de ter encolhido 3,9% em 2018, o produto interno bruto do Irã deverá recuar 7% neste ano, segundo estimativa da consultoria britânica Oxford Economics. Enquanto a crise durar, o mercado de petróleo global tende a sofrer uma pressão pelo aumento de preços.
ESTADOS UNIDOS
O bom momento do mercado de trabalho americano tem sido muito favorável também para um grupo específico de trabalhadores: os que nasceram fora dos Estados Unidos. Nos últimos 11 anos, nunca a taxa de desemprego entre trabalhadores estrangeiros esteve tão baixa no país. Ela chegou a 3,5% em 2018, segundo os dados divulgados neste mês pelo governo. Os estrangeiros tendem a ocupar postos de menor qualificação e ganham menos do que os nativos dos Estados Unidos (720 ante 910 dólares por semana). Mas hoje praticamente não falta trabalho para os mais de 28 milhões de estrangeiros que compõem a força de trabalho americana. Atualmente, eles representam 17,4% dos trabalhadores do país, um recorde.