Tim Cook durante um evento da Apple: sucessor de uma lenda (Kevork Djansezian/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 11h02.
Nova York - Steve Jobs gostava de dizer que a Apple, mais que iPads ou iPhones, seria reconhecida, no futuro, como sua principal criação — assim como a pioneira Hewlett-Packard, de seu ídolo de infância Bill Hewlett. A missão de sustentar o legado de Jobs caberá a um dos executivos mais reclusos, o americano Tim Cook.
Presidente desde agosto passado e voz de comando da Apple após a morte de Steve Jobs, Cook terá de manter a empresa na posição de liderança em tecnologia e inovação no que já se convencionou chamar de era pós-PC. Pouco se sabe sobre Cook além de sua obsessão pelo trabalho e da paixão por esportes (especialmente o futebol americano universitário).
Desde sua chegada à Apple, há 14 anos, ele não deu entrevistas. Suas raras falas públicas acontecem nos eventos de lançamento de novos produtos ou em conversas com investidores.
Mas a diferença em relação ao estilo de Jobs fica clara o suficiente: Cook é mais sutil, calmo e, em cima do palco, não parece ter a mesma energia e entusiasmo da lenda que lhe coube suceder. Talvez seu maior desafio seja liderar o time de talentos unido na última década em torno do mercurial e do genial Jobs.
Cook precisará desse time para manter, na próxima década, a empresa mais valiosa do mundo à frente dos competidores nos mercados que ela criou essencialmente sozinha: os celulares e os tablets. Nos telefones celulares, a empresa detém 4,2% do mercado total — mas fica com 52% de todos os lucros.
O iPad ainda não tem concorrente à altura. Especula-se, olhando para a frente, que a grande aposta de Cook seja uma TV com a marca Apple. Caso isso realmente aconteça, Cook criará um mercado inteiramente novo para a empresa — sem dúvida, a melhor forma de honrar o legado de Steve Jobs.