Maria Antonietta Russo, da TIM Brasil: “O mundo corporativo está mudando e nós entendemos que nossas práticas também precisam evoluir para atender às novas necessidades dos funcionários” (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
A operação brasileira da telecom TIM superou um bocado de desafios nos últimos anos. A começar pela adoção da tecnologia 5G, que demandou investimentos pesados em novas torres, cabos e outras infraestruturas de rede. A aquisição de boa parte da combalida Oi, em 2022, colocou mais pressão sobre a empresa. Em questão de meses, a rede da TIM ganhou 14,5 milhões de clientes, num investimento de 7,3 bilhões de reais. O crescimento veio com tempos complicados no mundo inteiro, com pandemia, incertezas na economia, e por aí vai. A resposta para tudo isso na TIM foi aproveitar o momento para investir ainda mais na mão de obra. As práticas de RH da operadora tiveram uma guinada a partir de 2019 com a chegada da italiana Maria Antonietta Russo ao cargo de vice-presidente de pessoas, cultura e organização da TIM Brasil. “O mundo corporativo está mudando e nós entendemos que nossas práticas também precisam evoluir para atender às novas necessidades dos funcionários”, afirma Russo.
Com 10.000 funcionários no Brasil, a operadora tinha o desafio de atrair e reter pessoas num setor com disputa por talentos. Empresas como a TIM concorrem com startups e big techs no recrutamento de pessoas para as áreas de tecnologia. Um caminho para acertar nas políticas de RH foi colocar sobre o funcionário a responsabilidade de escolher quais benefícios corporativos fazem sentido. Uma das apostas da TIM foi o programa Beneflex, no qual o funcionário escolhe um pacote de benesses de acordo com suas necessidades individuais. Quem está na TIM também tem a opção de trocar de celular a cada dois anos e faz parte de um programa de descontos na conta de luz e banda larga.
Em paralelo, a companhia colocou de pé programas para os funcionários segurarem a onda em meio às incertezas no caminho. Desde 2023, a TIM tem um programa de saúde mental com orientação de psicólogos por telefone 24 horas ao dia. “Cuidar da saúde emocional é tão importante quanto da física”, diz Russo. A preocupação com o bem-estar chega até a detalhes despercebidos por muita gente. Vide o caso de uma licença-casamento de cinco dias corridos, dois a mais que o previsto pela legislação.
Os programas correm em paralelo a iniciativas de diversidade de gênero e de raça já com resultados palpáveis. Um deles, voltado para mães, dá assistência às funcionárias no retorno da maternidade. O suporte vai desde aconselhamento profissional a um voucher de 225 reais para aquisição de produtos infantis. “Queremos que as mulheres na TIM sintam que podem ser mães e, ao mesmo tempo, manter suas carreiras sem prejuízos”, diz Russo.
Neste ano, a companhia bateu as metas de ter 35% da liderança formada por mulheres (hoje o indicador está em 37%) e de chegar a 40% do quadro de funcionários formado por pessoas negras até 2025 (a taxa está em 41,6%). “Já alcançamos 21% de pessoas negras em cargos de liderança em nossa organização, e nosso objetivo é continuar promovendo a inclusão e chegar a 25% no final de 2025”, diz Russo.