Jojo Rabbit, fantasia sobre um menino da Juventude Hitlerista, chega num momento crucial (Foto/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 05h24.
Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 12h45.
Jojo Rabbit chega aos cinemas aos 48 minutos do segundo tempo. O filme estreia por aqui três dias antes da entrega do Oscar e concorre a Melhor Filme e Melhor Atriz Coadjuvante, com Scarlett Johansson, além de outros quatro prêmios técnicos.
Uma comédia fantasiosa sobre um menino alemão durante a Segunda Guerra Mundial que quer ingressar na Juventude Hitlerista e tem como melhor amigo imaginário o Führer, Jojo Rabbit foi elogiado pelo enfoque original do diretor-ator neozelandês Taika Waititi (que interpreta o Hitler da obra). Não é novidade o nazismo ser retratado de forma mais suave, às vezes com tons cômicos, o que não implica simpatia à ideologia que causou o Holocausto.
Porém, é sempre necessário pesar quanto a leveza suaviza o monstro do Terceiro Reich. Uma questão incômoda até no momento atual da política brasileira, com destaque para o recente discurso infeliz do ex-secretário Roberto Alvim. Teor à parte, Scarlett Johansson comemora. Com o papel da mãe do menino, tornou-se uma das poucas atrizes com duas nomeações no mesmo ano (a outra é de Melhor Atriz por História de um Casamento).
Jojo Rabbit | Direção de Taika Waititi | Com Roman Griffin Davis, Taika Waititi, Scarlett Johansson | Estreia em 6/2
MÚSICA
O guitarrista paulistano Kiko Dinucci destacou-se no grupo de jazz instrumental Metá Metá, sem abandonar os trabalhos individuais. Em Rastilho, seu segundo álbum solo, dedicou-se ao violão com inspiração nos sambas de terreiro, explícita nos vocais de apoio. Além da originalidade de Febre do Rato e das riquezas de ritmo de Tambú e Condongueiro e Veneno, ele regravou Vida Mansa, de Ciro Monteiro (1913-1973), mago da percussão em caixa de fósforos.
Rastilho | Por Kiko Dinucci | Tratore | Disponível em streaming
LIVRO
O inglês Ian McEwan consagrou-se nos anos 80 e 90 e poderia desfrutar o prestígio lançando obras esporádicas. Ao que parece, a atual turbulência mundial despertou sua prolificidade. A sátira sociopolítica já apareceu em Máquinas Como Eu, lançado aqui no ano passado. E é mais aguda agora em A Barata, em que McEwan inverte A Metamorfose, de Franz Kafka. Desta vez, é um inseto que se transforma em ser humano e faz o que se espera de baratas no poder.
A Barata | Por Ian MCEwan | Companhia das Letras | R$ 39,90