Eduardo Prazeres e Otavio Argenton, da SoftwareOne: o engajamento dos funcionários aumentou com o RH ativo (Germano Luders/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 06h00.
Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 09h24.
É algo comum às pequenas e médias empresas ter um departamento de RH pouco estruturado no início das operações. Afinal, nessas horas, ter um time comercial afiado é fundamental para validar o modelo de negócios. Aí, com a expansão da empresa, os problemas começam a aparecer. Os funcionários carecem de uma visão para onde crescer. Ou, então, falta à direção do negócio clareza sobre como avaliar o desempenho dos funcionários. No meio disso tudo, quem consegue estruturar o RH costuma colher bons resultados em várias frentes.
É o caso da operação brasileira da empresa suíça de tecnologia para nuvem SoftwareOne. Em 2018, a empresa tinha 12 anos de Brasil e 50 funcionários por aqui. O número diminuto na comparação global (são mais de 9.250, em 80 países) colocava em segundo plano a presença de um RH só para a operação brasileira. Apesar disso, desafios como o vaivém de técnicos prejudicavam a condução dos projetos. Então, o novo CEO da empresa, Otavio Argenton, colocou o departamento de recursos humanos como prioridade. O racional era: uma baixa rotatividade de pessoal permitiria a um mesmo time tocar projetos de longo prazo e, assim, conquistar mais clientes. “O desafio estava muito claro”, diz Eduardo Prazeres, contratado na ocasião para tocar o RH da SoftwareOne. “Precisávamos focar em pessoas, satisfazer os funcionários, para então conseguir escalar a empresa.”
Na prática, colocar o RH no centro da estratégia da SoftwareOne exigiu duas coisas. A primeira foi incluir Prazeres em todas as reuniões de fato importantes do negócio. “Em toda aquisição de nova companhia, por exemplo, o RH está na mesa, faz pesquisa com os novos times e tem parte na decisão”, diz Argenton. Em paralelo, a SoftwareOne passou a medir toda sorte de indicadores relacionados ao bem-estar dos funcionários, como os benefícios e os esquemas de trabalho preferidos da turma. Das análises com os times de TI veio a decisão de facultar a ida ao escritório, no condomínio empresarial de Alphaville, na Grande São Paulo, apenas nos dias nos quais há de fato motivo para interação da mão de obra.
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Em seis anos, a empresa tem o que contar no quesito recursos humanos. Os funcionários passaram a ter cartões de benefícios flexíveis, comitês de diversidade e um portfólio de cursos bancados pela empresa. Desde a abertura de um RH na SoftwareOne, o índice de engajamento dos funcionários pulou de 56 para 91 (numa escala de 0 a 100). Mais recentemente, a aposta no RH, inclusive, colaborou para novos produtos. Um software de inteligência artificial criado para tirar dúvidas de funcionários sobre os benefícios à disposição deles ficou tão redondinho que começou a ser vendido para os clientes. Num faturamento global de 1 bilhão de euros esperado pela SoftwareOne em 2024, a receita vinda do produto de RH ainda é marginal, mas aponta novas frentes de expansão daqui para a frente.