EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 11h11.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 18h39.
Até três anos atrás, o grupo Accor, dono de redes hoteleiras como o Sofitel e de empresas como a Ticket Restaurante, sofria com um problema que atormenta grande parte das empresas no Brasil e no mundo -- os elevados gastos com planos de saúde para funcionários e seus dependentes. Uma análise feita com uma amostra de 5 000 funcionários e familiares -- parte dos 47 000 que o grupo emprega no Brasil -- evidenciou que apenas nesse grupo o custo com o benefício batia os 8 milhões de reais por ano e galopava a taxas 20% acima da inflação. Foi então que o sinal vermelho acendeu na sede do Accor, em São Paulo, e medidas para a contenção da sangria passaram a ser tomadas. Desde então, 4,2 milhões de reais foram economizados.
Os usuários selecionados para testar o projeto piloto do novo modelo de gestão representavam 40% dos custos com os planos. Foi necessário criar um centro médico, que age juntamente com a operadora -- a DixAmico --, para identificar os casos em que o usuário é submetido a cirurgias ou exames mais complexos. "Quando percebemos que o paciente está em busca de vários médicos ou começa a fazer uma série de exames, buscamos saber as causas", diz Fernando Viriato Medeiros, diretor do Accor.
"Já detectamos casos em que a cirurgia não era necessária, o tratamento deveria ser modificado ou havia um pedido excessivo de exames." Com análises mais criteriosas, foi possível interromper 140 procedimentos, entre cirurgias e exames. Com o novo centro, o grupo passou a ter acesso a todos os exames feitos por sua equipe médica -- sejam os admissionais, sejam os check-ups anuais. Agora utiliza isso para mapear a saúde dos funcionários, o que ajuda a minimizar os gastos com campanhas preventivas.
É claro que para obter a economia de custos expressiva o Accor também fez valer seu poder na negociação anual com a operadora, ao submetê-la a uma série de indicadores de desempenho e qualidade de serviços. Um deles refere-se ao tempo médio de espera dos pacientes no consultório e no call center. Outro, à capacidade do médico do convênio de reter o paciente e o número de exames por consulta. Pelo acordo firmado, se a operadora não atingir 80% das metas, o Accor, além de não reajustar os preços para o ano seguinte, ainda obterá descontos.
O tamanho da economia |
Os resultados da nova gestão no programa de saúde da Accor |
Número de pessoas envolvidas: 5 000 |
Economia com os planos de saúde em 2003 e 2004: 4,2 milhões de reais |
Fonte: Accor |