O mercado imobiliário de Salvador apresenta um ano de forte recuperação, especialmente no segmento de aluguéis. O preço médio de locação dos imóveis residenciais saltou quatro vezes, com uma variação passando de 4,1% em 2021 para 16,2% nos últimos 12 meses até agosto de 2022, segundo levantamento do Índice FipeZap+. 

A explicação acompanha o fenômeno observado no restante do Brasil: juros mais altos levam as pessoas a adiar o sonho da casa própria, enquanto as condições de mercado ficam mais desafiadoras. Vale lembrar que a Selic saltou 11,75 pontos percentuais entre 2021 e 2022, e atualmente está em 13,75%. Foi o gatilho para disparar o preço do aluguel — atualmente o metro quadrado na cidade custa, em média, 29,40 reais.

• Assine a DESPERTA e receba, gratuitamente, as notícias mais relevantes toda manhã no seu e-mail

Há também um impacto no mercado de venda. “Não houve construções no período da pandemia, o que impacta a quantidade de lançamentos agora. A procura supera a oferta pela falta de imóveis novos colocados no mercado no volume necessário para absorver a demanda”, avalia Kelsor Fernandes, presidente do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (CMI/Secovi-BA).

O resultado foi que os preços também subiram no mercado de vendas. A variação do preço médio de imóveis residenciais quase dobrou, de 3,7% em 2021 para 6,3% neste ano, considerando os últimos 12 meses até agosto. O valor médio do metro quadrado subiu para 5.685 reais, o que, na visão de Fernandes, representa mais uma recomposição de preços diante do que era praticado cinco anos atrás do que uma tendência de alta. “O mercado está aquecido, mas poderia estar mais. É algo que podemos ver daqui para a frente com possíveis quedas na taxa de juro”, diz.