Medaglia: “O investimento virá do setor privado” (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 05h55.
Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 17h38.
A Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada em 2012, ganhou os holofotes ao conduzir um projeto de um trem-bala que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro a um custo bilionário — uma megalomania que acabou fracassando. Sob a direção do engenheiro José Carlos Medaglia Filho, que ocupa a presidência há um ano, a EPL tenta desempenhar outra missão: planejar a logística do país no longo prazo. Para isso, deve lançar um plano nacional que prevê 136 bilhões de reais de investimentos até 2025. Se vingar, será capaz de diminuir em 8 bilhões de reais o custo com a logística e aumentar a movimentação de carga. “Queremos eliminar os gargalos em rodovias e ferrovias”, diz Medaglia. Veja na entrevista abaixo.
A economia voltou a crescer. Isso vai piorar os gargalos logísticos?
Fizemos estudos que mostram o tamanho do gargalo daqui a oito anos. Com os projetos em andamento, chegaremos à possibilidade de aumentar em 26% o volume de carga transportada até 2025. Com o novo plano, poderemos crescer 35%. No ritmo de investimentos atual, o custo de transporte em 2025 será de 342 bilhões de reais. Caso adotemos o plano de longo prazo, o custo será 8 bilhões menor.
No que consiste esse plano?
Ele prevê 132,6 bilhões de reais para eliminar todos os gargalos de ferrovias e rodovias. Nesse cenário, teríamos 55% das cargas transportadas em rodovias, e 32%, em ferrovias. Usamos as estimativas de demanda. Até então, eram feitas projeções com base no PIB, algo muito pobre. Consultamos os ministérios e os usuários. Não foi um estudo de gabinete. A edição de 2017 está concluída, e o estudo será atualizado todo ano.
Qual é o papel do setor privado?
Fundamentalmente, o investimento virá do setor privado, com concessões e parcerias. Com as limitações do orçamento da União, o papel do financiador privado será relevante.
A EPL está resgatando seu papel de planejamento?
Queremos dar previsibilidade e permitir tomadas de decisão. O objetivo é priorizar projetos que causem impacto e evitar os empreendimentos oportunistas.