Cleusa da Silva, da rede de franquias Sodiê, de doces: sugestão de cliente virou produto (Leandro Fonseca/Exame)
Mariana Desidério
Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 05h36.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2022 às 12h06.
A rede de docerias paulistana Sodiê adotou a sugestão que um cliente fez nas redes sociais e criou uma nova modalidade de venda em suas lojas: o rodízio de bolos. A proposta surgiu em um post do professor Luiz Otávio de Moura: “Imagina poder comer várias fatias de vários bolos diferentes? Fica a ideia para alguma confeitaria corajosa”, escreveu.
A Sodiê aceitou o desafio e passou a oferecer o rodízio no fim do ano passado. Para além de aproveitar uma boa ideia, a decisão indica a disposição da rede em se manter próxima de seus clientes, com foco na experiência de consumo. “Essa campanha nas redes nos mostrou a força das mídias digitais e indicou um caminho para estarmos mais próximos do consumidor”, diz a empresária Cleusa da Silva, que fundou a Sodiê em 1997 num espaço de 20 metros quadrados na capital paulista. Atualmente, a rede tem 341 lojas, a maioria tocada por franqueados que abraçaram a ideia de ter um serviço de rodízio. Hoje é possível comer bolos e salgadinhos nessa modalidade. Para embalar as vendas, o professor Luiz Otávio virou garoto-propaganda da inovação.
A novidade vem num esforço da empresa de melhorar a experiência do cliente em meio ao crescimento acelerado. Para 2022, a meta é faturar 500 milhões de reais, 10% mais do que no ano passado, uma expansão em linha com a de anos anteriores. Além disso, a rede deve abrir 20 lojas em 2022. Para chegar lá, a receita da Sodiê é atrair os clientes de volta às lojas depois de um tempo sumidos por causa da pandemia. Além do rodízio, a Sodiê investiu na reforma de 30% das lojas — o foco é deixar tudo mais claro e aconchegante. Em outra frente, investiu em treinamento do pessoal. “Não basta ter bom produto, é preciso ter bom atendimento e bom preço”, diz. “A experiência tem de ser completa.”
A rede também passou a se preocupar com o jeito como o cliente do delivery consome os produtos. Pouco utilizada pela doceria antes da pandemia, a modalidade de entrega ficou relevante — no auge da crise sanitária, quase 100% das vendas vinham daí. Mas, no início, muitos bolos quebravam no trajeto. Por isso, a Sodiê tem orientado os entregadores sobre técnicas de direção de modo a garantir a integridade dos quitutes. A avaliação de Silva é que o delivery de doces deve continuar forte, mesmo com o fim da quarentena. “O delivery na sobremesa veio para ficar. As pessoas querem uma boa experiência no conforto do lar e uma loja aconchegante ao sair de casa”, diz. A Sodiê quer atender bem nos dois cenários.