Vista de rua de comércio em Nápoles: a economia da zona do euro reduziu o ritmo de crescimento / Andre Lebrun/AGB Photo
Filipe Serrano
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 05h20.
Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 05h20.
EUROPA
Se nos Estados Unidos os indicadores econômicos continuam mostrando um crescimento robusto e um mercado de trabalho aquecido, nos países da zona do euro os resultados têm sido diferentes. Dados mais recentes sobre o crescimento do produto interno bruto mostram que a economia da zona do euro está desacelerando. No terceiro trimestre, o ritmo de expansão foi o mais lento dos últimos cinco anos, de 0,2% em relação ao trimestre anterior. É claro que nem todos os países são afetados da mesma maneira. A Espanha continua sendo o motor do crescimento da região, seguida da França. Já a economia da Alemanha dá sinais de enfraquecimento, causado por uma produção industrial menor. Para completar, a Itália vem desacelerando rapidamente, e os planos do governo de aumentar os gastos públicos só pioram os prognósticos para o país e a região. Por ora, não há sinais de recuperação do dinamismo na economia da zona do euro.
A posse do novo presidente mexicano, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, será apenas no dia 1o de dezembro, mas suas atitudes já geram desconfiança. Num vídeo recente, Obrador disse que vai priorizar o aumento de gastos públicos, e não a disciplina fiscal que caracteriza a política econômica mexicana. O México tem um nível baixo de dívida pública — um incentivo para os investidores. Obrador também disse que vai interromper a construção do novo aeroporto da Cidade do México, uma obra de 13 bilhões de dólares já em andamento. A decisão foi tomada depois de um referendo, com apenas 1% do eleitorado, decidir pelo cancelamento da obra.
Durante décadas, a China se beneficiou de uma situação favorável para sua economia. O dinheiro que entrava no país vindo do exterior (por meio das exportações e dos investimentos de empresas estrangeiras) era sempre superior ao volume de recursos que a China mandava para fora (por meio das importações, das remessas de lucros de empresas estrangeiras para as matrizes e dos gastos de turistas chineses no exterior). Em 2007, por exemplo, o saldo dessas trocas chegou à marca impressionante de 10% do produto interno bruto. No entanto, de lá para cá, vem sobrando cada vez menos capital. Segundo a previsão do Fundo Monetário Internacional, em 2018 o número deverá atingir apenas 0,7% do PIB, o menor nível em mais de duas décadas. A mudança ocorre por três razões: a China está importando mais, sua classe média tem viajado com mais frequência para o exterior e sua população poupa cada vez menos. Isso tem impacto direto sobre o câmbio e, portanto, o Banco Central da China terá de desembolsar mais recursos para manter o regime de cotação fixa do país. Para os economistas da consultoria britânica Oxford Economics, a nova situação tende a aumentar a preocupação com a estabilidade financeira do país.